segunda-feira, 22 de novembro de 2010

       O progresso da decadência


            TEXTO PUBLICADO NO ESTADÃO DIA- 23/11/2010


Eça de Queiróz




Arnaldo Jabor


“O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Não há princípio que não seja desmentido nem instituição que não seja escarnecida. Já não se crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas idéias aumenta a cada dia. A agiotagem explora o juro. A ignorância pesa sobre o povo como um nevoeiro. O número das escolas é dramático. A intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do País. Não é uma existência; é uma expiação. Diz-se por toda a parte: “O País está perdido!” (…) Por isso, aqui começamos a apontar o que podemos chamar de “o progresso da decadência”.”

Não fui eu quem escreveu isso. Foi José Maria de Eça de Queirós, em 1871. Esta era a introdução de As Farpas que lançou com Ramalho Ortigão, ainda em Coimbra. Tinha pouco mais de 20 anos quando começou a esculachar em panfletos a mediocridade portuguesa no século 19, que nos legou essa herança lamentável. Nada mais parecido conosco.

Esses textos de Eça, reunidos sob o título de Uma Campanha Alegre, foram justamente os primeiros que me caíram na mão. Fiquei deslumbrado com a crítica social e de costumes. Não sabia que isso existia – eu era um menino. Creio que minha vida de jornalista de TV, rádio e jornal foi remotamente influenciada por ele. E revendo sua vida na internet, lembrei que Eça de Queirós nasceu em 25 de novembro de 1845 – daqui a uma semana. Assim, resolvi escrever de novo sobre ele.

Esse homem foi a maior paixão de minha vida. Com ele aprendi tudo: minha pobre escritura, o ritmo de seu texto, a importância do humor, do sarcasmo, e muito sobre a nossa ridícula loucura ibérica. Depois, descobri um livro roído de traças na casa de meu avô: O Primo Basílio, que minha avó tentou proibir (“Isso não é para criança!…”). Li-o, claro, e minha vida mudou. Era como se toda a névoa confusa da infância, minha família difícil de entender, vagas tias, vultos, rezas, tristes salas de jantar, secos padres jesuítas, tivesse subitamente se dissipado. O mundo ficou claro, através das personagens de Eça. Ali estavam explicados os arrepios de horror diante do teatrinho pequeno-burguês do Rio. O primo Basílio chegava com sua vaidade brutal e encarnava os cafajestes brasileiros, o padre Amaro me decifrava a tristeza sexual das clausuras do Colégio Jesuíta, o Conselheiro Acácio era a burrice solene de professores e políticos, Damaso Salcêde espelhava centenas de mediocridades gorduchas, Gonçalo Ramirez era o frágil caráter de hesitantes como eu. E vinha Thomaz de Alencar com sua literatice melancólica, vinha o banqueiro Cohen, esperto e corno, flutuava no ar o cheiro enjoado da Titi Patrocínio da Relíquia e, claro, as coxas de Adélia, sem falar no supremo frisson do famoso “minette” do primo Basílio na “Bovary” Luiza (razão básica da proibição alarmada de minha avó). E não só o desfile dos medíocres, mas as fileiras dos heróis ecianos: Carlos da Maia, João da Ega, Jacintho de Tormes, Fradique Mendes – cultos, elegantes, ricos, irônicos e corrosivos. Eça me dava à alma viva do século 19, atacando a estupidez endêmica, os sebastianistas de secretaria, os burocratas pulhas, os melancólicos de charutaria, os políticos demagogos, a burrice épica de um Pacheco ou do Conde de Abranhos – que fartura! Era uma sociologia ficcional de nosso destino de fracassados.

Eu o amava tanto que – acreditem – me postava na porta do colégio na hora da saída, para ver passar um homenzinho da vizinhança ali de Botafogo que era um sósia de Eça. Quem seria? Um bancário, um contador, quem? Tinha o rosto enfezado por um fígado ruim (como o Eça) que lhe franzia a boca num escárnio risonho. Tinha a mesma pastinha de cabelo sobre a testa curta, o olho rútilo, o mesmo bigode, o gogozinho de pássaro, os braços de cegonha, a palidez biliosa. Só lhe faltava o monóculo cravado no olho irônico. Vê-lo passar me encantava como diante de um ressuscitado. Em vez de correr atrás de meninas, eu fazia isso. Pode?

Até hoje, quando vejo a TV Câmara ou TV Senado, aquelas ricas jazidas de imbecilidades, vendo as caras, frases e gravatas, eu ainda penso: “Será que esses caras aí nunca leram Eça de Queirós?” Não. Nada. Eles navegam intocados em sua vaidade estúpida, em sua impávida ratonice.

Entre Machado de Assis e Eça de Queiroz sempre preferi o português ao nosso grande mulato. “Ah… porque o Machado é bem mais sutil!…” – diz-se, comparando-se, por exemplo, Capitu à Luiza do Primo Basílio (que o próprio Machado, ciumento, acusou de plágio da Eugenie Grandet). “Ahhh!… porque o Machado tem mais níveis de significação, mais complexidade psicológica, etc. e tal…” É verdade. Também acho. O grande Machado atingiu subtons que Eça nem tentou, por escolha. Machado é mais inglês; Eça é saído das costelas de Flaubert, Balzac e Zola e funda uma literatura caricatural contra as perdidas ilusões ibéricas, com um riso deslavado, com uma proposital “falta de sutileza” que resulta depois finíssima. Eça cria um realismo quase carnavalizado, sem anseios de transcendência. Machado é mais “nauseado”. Deixa-se envolver por um pessimismo que o claro riso de Eça recusa. É verdade que as personagens de Eça não são tão “livres” quanto em Machado. O “tipo” eciano não tem grande “complexidade”; mas isso talvez seja o que nossa mediocridade social merece. Ele não cria personagens com uma psicologia sofisticada. Para ele, somos mesmo “tipos”. Como em seu neto Nelson Rodrigues, há nele uma superficialidade “profunda”, muito atual neste tempo em que os valores idealizados caíram no chão. Eça é um escritor político. Ele nos exibe o ridículo das figuras que se consideram nossos “timoneiros” do alto de sua gravidade falsa, com seus interesses mesquinhos no bolso dos jaquetões.

                              

domingo, 21 de novembro de 2010


        Reinaldo Azevedo responde em  azul
      Luis Schwarcz  texto em vermelho

21/11/2010

às 7:09
Devolve o Jabuti, meu guri! Ou: Oba! Luiz Schwarcz quer brincar

Ai, ai, queridos! São tantas as urgências do país que um Prêmio Jabuti não vale um cágado. Mas, às vezes, é preciso entrar na briga. Então entro.
Conforme prometi ontem, farei um vermelho-e-azul com Luiz Schwarcz o dono da Cia. das Letras e de mais um monte de livres-pensadores que dão plantão em cadernos de cultura, para os quais o que ele diz é lei. Ele está muito bravo — inclusive com este escriba — e resolveu convocar as “forças progressistas” para auxiliá-lo, embora acuse os outros de fazer política. Um método muito típico. O rapaz está infeliz com a petição “Chico, devolve o Jabuti”, que ganhou mais de 500 adesões só ontem, a partir do começo da noite. Já são quase 6.500 os signatários. Para assinar e divulgar, clique aqui. Como vocês sabem, não foi uma iniciativa minha. Fui o terceiro signatário da petição, cujo endereço eletrônico me foi enviado por um leitor. Assinei e publiquei o link. Milhares de pessoas acharam a causa justa. O editor escreve um artigo no caderno Ilustríssima, na Folha deste domingo. Tropeça várias vezes: na tese, no mérito e até no subjuntivo — pelo visto, o artigo não foi enviado a tempo a um dos revisores de sua empresa. Vamos lá. Ele segue em vermelho. Eu vou de azul.

Quem garfou Edney Silvestre?


Não sei se o título é dele ou do editor. Mas está lá. Respondo: quem garfou Edney Silvestre foi o júri do Prêmio Jabuti. Aliás, no meu primeiro texto a respeito, não pedi o prêmio para Silvestre. Escrevi que o “O Livro do Ano de Ficção” tinha de ser o primeiro colocado em uma das subcategorias que compõem a categoria “Ficção”. Silvestre foi um fos garfados — e qualquer um será “garfado” sempre que Chico derramar leite no Jabuti.


NA SEMANA PASSADA, o mercado editorial brasileiro foi brindado com uma nota do Grupo Record comunicando sua retirada das próximas edições do Prêmio Jabuti. O comunicado foi seguido de ampla cobertura no site da revista “Veja”, especialmente no blog de Reinaldo Azevedo, autor publicado pela Record.

Começo pelo fim do parágrafo. Schwarcz pretende emprestar certo tom de denúncia ao fato de eu ser um autor publicado pela Record. Uau! Deixem-me ver se entendi a tese: porque sou um dos milhares de autores da Record, não posso criticar a OUTORGA do prêmio a Chico Buarque, mas ele, porque é “o” dono da Cia. das Letras, que publica Chico, pode defendê-la? Onde esse moço estudou lógica?
Schwarcz é casado com uma professora de história, mas é ruim na reconstituição do tempo. O cerimônia de premiação ocorreu na noite de quarta-feira, dia 4. Na quinta, 5, eu escrevi dois textos a respeito: às 17h, O PRÊMIO JABUTI E OS ASQUEROSOS 1 - O jornalismo na fase “Alemanha Oriental” no dia em que o Prêmio Jabuti se transforma num espetáculo de vigarice política. Às 17h19, outro: O PRÊMIO JABUTI E OS ASQUEROSOS 2 - Os detalhes de uma fraude. Ou: “Dil-má/ Dil-má”. No dia seguinte, 6, mais um: “A Bolsa Jabuti” para a ficcionista Maria Rita Kehl, a heroína de Itararé da esquerda descolada. A Record só tornou público seu rompimento com o prêmio no dia 11: A carta do Grupo Record que denuncia que os jabutis estão em cima das árvores. Portanto, o “blog do Reinaldo Azevedo” já havia tratado do assunto uma semana antes de a Record tomar a sua decisão. Schwarcz é um daqueles que não acreditam que faço a minha própria pauta. Sigamos.


Em entrevista à Ilustríssima, publicada no domingo passado, o presidente do grupo, Sérgio Machado, e a editora Luciana Villas Boas fazem coro com Azevedo, tentando desqualificar o escritor Chico Buarque, para assim contestar sua premiação, além de sugerir favorecimento ao autor e à editora por motivos políticos de diversas naturezas. Para terminar, o editor carioca subscreveu e transmitiu um abaixo-assinado, divulgado no blog de Azevedo, pedindo que Chico Buarque devolvesse o prêmio.

“Fazer coro” sugere uma espécie de conspiração, como se as críticas não tivessem sido públicas. As minhas não poderiam ser mais escancaradas, como provam os links. O próprio Schwarcz alude à entrevista de Machado. Expressou-se com clareza — a mesma empregada na carta em que rompe com a chicana em que se transformou o Jabuti. Eu nem sabia que o diretor da Record havia assinado a petição. Sendo verdade, louvo-lhe a coragem.
Bem, eu não desqualifiquei o sambista Chico Buarque coisa nenhuma! É mentira! Afirmei que seus romances são ruins e expus aqui os meus motivos (Querem que eu fale a sério sobre o Jabuti do sambista Chico Buarque? Pois não! Então vamos lá!). Nada mais fiz do que tornar público o que andam suspirando pelas alcovas e sussurrando em versos e trovas: Chico escreveu quatro romances: Estorvo, Benjamin, Budapeste e Leite Derramado. Só o segundo não levou o Jabuti. Muita gente se pergunta o que ele terá, afinal, feito de certo nesse romance… O mais laureado “romancista” brasileiro, vejam que espetáculo, cresce num enorme deserto crítico. Schwarcz precisa logo alugar alguma pena robusta da academia que aceite o desafio de explicar por que a tal “prosa poética” (!?) do Lírico da Banda faz dele um grande romancista. É preciso que algum figurão do complexo PUCUSP evidencie a riqueza da carpintaria chicana, o seu rigor na construção de personagens, a sua habilidade em enredar o leitor numa história. Não é possível que o mais importante romancista contemporâneo brasileiro, a julgar pela jabutizada, se faça só no silêncio cúmplice de quem não quer arrumar briga com um sambista progressista e com Schwarcz, o Chico Buarque dos editores. Aliás, vai aqui uma sugestão ao editor: publique um volume só de ensaios dos “expertos” (com “x” mesmo!) sobre a obra chicana. Quero que esses patriotas deixem registrado o seu saber sobre obra tão notável.


Tais atitudes são quase inacreditáveis em se tratando de editores, aqueles cujo trabalho deve se fundar no respeito a autores, livreiros e leitores. Em vez de propor uma discussão sobre novos critérios para os prêmios literários no Brasil dentro das instituições que os promovem, em atitude mundialmente inédita, a Record ataca um escritor e artista publicado por outra casa, desqualificando-se prontamente para debate condigno com a responsabilidade de tornar pública a literatura.


Precisei de alguma boa-vontade para entender o trecho porque quase sou vencido pela pontuação. Mas creio ter percebido o intento. Schwarcz está convocando a solidariedade corporativa e recorrendo ao Paradigma Chicão, um lendário zagueiro que chegava para quebrar o adversário e que saía do confronto apontando o dedo para a sua vítima, denunciando-a ao juiz… Como o “adversário” apontou o jogo sujo, ele vai para a canelada: faltaria dignidade ao oponente! Que jogo limpo!

As declarações de que o Prêmio Jabuti assemelha-se a um “concurso de beleza”, ou tem motivações políticas, desviam a discussão do foco literário e cultural, e reproduzem, na área editorial, o baixo e ofensivo nível do debate político-eleitoral no Brasil.

Epa! O meu foco é absolutamente literário. Chico seria um mau romancista ainda que aquilo que faz fosse mesmo romance. E sua coleção de Jabutis foi concedida, sim, à celebridade engajada, alinhada com as ditas causas populares.

Atribuir a vitória de “Leite Derramado” à simpatia do escritor pela candidata vencedora das últimas eleições, poucos dias após a realização destas, é apenas mais um capítulo da história política brasileira recente, quando candidatos perdem a dignidade valendo-se de aspectos externos às suas convicções, ou desmerecem adversários políticos que os antecederam, mas cujas realizações possibilitaram o sucesso econômico e político do país nos últimos anos. Não discutimos propostas de governo na campanha eleitoral, assim como não discutimos os possíveis problemas dos nossos prêmios literários. Coincidência?


Eis o trecho mais revelador de seu artigo. Sem ele, eu até responderia a Schwarcz sem ter de driblar certo sentimento de desprezo. Com ele, essa desagradável sensação me é inevitável. Vamos ver. Ninguém atribuiu a “vitória” de Chico à sua declaração de voto. É mentira! O que fiz aqui foi informar que, ao receber o prêmio, a platéia gritou “Dil-má/ Dil-má”. Schwarcz nega o que ninguém afirma porque, assim, pode fugir do mérito do debate: a premiação absurda a seu autor. O editor tem medo de ser claro. Eu não tenho.
Ao falar de políticos que “desmerecem adversários políticos que os antecederam, mas cujas realizações possibilitaram o sucesso econômico e político do país nos últimos anos”, está puxando o saco de FCH e de uma ala do tucanato. Ao criticar os que se valem de “aspectos externos às suas convicções”, está fazendo uma alusão covarde a José Serra, o candidato da oposição — que era, afinal, o “outro lado” de Lula na disputa; foi com o presidente que ele disputou a eleição. Schwarcz é mesmo um rapaz esperto: ataca o candidato derrotado, ataca o presidente que está deixando o poder, mas preserva, como se vê, aquela que acaba de vencer a eleição. Muito corajoso e combativo esse moço!
O paralelo que tenta estabelecer entre a polêmica gerada pelo Jabuti surrupiado PARA Chico Buarque e a campanha eleitoral é um tolice. Mas digamos que não fosse e que sua associação de idéias devesse ser levada a sério: derrotada, a Record seria, então, José Serra, certo? Vitoriosa, a Cia. das Letras é Dilma Rousseff — que vem a ser aquela que ganhou à sombra de um presidente que nega o feito dos antecessores. É, faz sentido… Lula usou a máquina de modo desavergonhado para ganhar a eleição. E a Cia. das Letras? Para garantir o Jabuti a Chico, uso o quê? Notem que o paralelo é dele, não meu. Cuidado com as palavras, valente! São elas que lhe garantem o pão!


Edney Silvestre, que inaugura sua trajetória editorial com sucesso, é usado como pretexto para um ataque ao prêmio para o qual a editora Record se inscreveu conhecendo as regras e para o qual contribui com seu voto. Enquanto os demais prêmios são dados e selecionados por diferentes júris, esse é votado pela categoria -livreiros, editores, distribuidores- e elege o livro que mais mobilizou o mercado editorial. As regras são claras, do conhecimento de todos há décadas. (Para não escolher um autor de seu catálogo em detrimento de outros, a Companhia das Letras nunca vota no Livro do Ano do Prêmio Jabuti.)

Puro diversionismo retórico! Quantos Jabutis ganhou Paulo Coelho até agora por “mobilizar o mercado editorial”. Ah, mas tem de “mobilizar” e, ao mesmo tempo, ser considerado “alta cultura”. Huuummm… Então que se vote a categoria “Melhor Best-Seller Chique” do ano. Ou alguém duvida que haverá sempre milhares de pessoas dispostas a aceitar o leite que Chico derrama?
Schwarcz faz lambança ao pôr todo mundo no mesmo saco de gatos. Eu questionei e questiono a qualidade literária dos romances de Chico Buarque. Machado não entrou no mérito. Na entrevista concedida à Ilustríssima na semana passada, ele afirmou ter rompido com o Jabuti justamente porque não concorda com os critérios. Ocorre que o problema principal não é a regra escrita, mas a não-escrita: sempre que Chico Buarque concorrer, vai ganhar.


As declarações do escritor estreante citadas na entrevista dos editores, aludindo a roubo ou ações semelhantes, associam a imagem do bem-sucedido apresentador de TV a atitudes pouco próprias à delicadeza literária, e que, permito-me apostar, não indicam caminho seguro para o aprimoramento de seu novo ofício. Esse é o nível do nosso debate político, esse é o nível do nosso debate cultural.


Quais declarações? Silvestre não disse nada até agora. Nada! Schwarcz delira! E pretende se comportar como moleque marrento, mas um tantinho covarde, tentando agredir quem está quieto. Ele fica irritadinho quando Chico é chamado de “sambista” — o que efetivamente é. Para responder na “mesma moeda”, refere-se ao jornalista como “apresentador de TV”, categoria que, vê-se, ele considera menor. Silvestre é tão “apresentador” quanto Chico é romancista! Mas bacana mesmo é o lado conselheiro do editor: “Esse não é um caminho seguro…” Parece quase uma ameaça, não? A propósito: o que quer dizer “delicadeza literária”? Silenciar diante de um roubo?


A Companhia das Letras já apresentou críticas a vários dos prêmios literários, inclusive ao Jabuti, mas nunca se retirou ao discordar do resultado, tampouco buscou desqualificar os concorrentes. Se a cada derrota um partido político abandonar o Congresso, ou dizer “assim não brinco mais de democracia”, para onde irão nossas instituições, qual a possibilidade que teremos de discutir e criar novas regras, em atitude de respeito aos que pensam diferentemente?


Schwarcz entende de democracia o que entende do Modo Subjuntivo: nada! Um editor do seu quilate escrever “se um partido político dizer” — em vez de “disser” — expõe, ele tem razão, o ambiente intelectual miserável em que vivemos. Eu o socorro. O Congresso, uma das nossas instituições públicas, é a expressão do conjunto da população brasileira, com suas glórias e desgraças. Lá, com efeito, há de tudo. Na política, é bom destacar, nem sempre vence o melhor. E até isso é parte da riqueza do regime democrático: a legitimidade eleitoral não depende de um teste de qualidade. Os caminhos são outros — e não me alongarei sobre eles aqui porque isso requer outro texto. Nem mesmo se pode ter a garantia de que o político mais capaz é aquele que faz o melhor governo. Literatura não é, ou não deveria ser, política. Aliás, quanto mais longe ela ficar desses embates, melhor! A Record não se retirou do Jabuti para fazer a luta armada das editoras — a beligerância, diga-se, é só de Schwarcz. Retirou-se porque não concorda com os critérios. Mas vai continuar a participar ativamente da vida cultural do país. Não migrou para a clandestinidade.

A editora Record perdeu a oportunidade de iniciar uma profícua discussão sobre vários aspectos de nossos prêmios, entre eles o investimento que se faz no trabalho dos jurados, especialmente em comparação aos gastos com as cerimônias de premiação. Há prêmios que mal remuneram o trabalho de apreciação de milhares de livros. Há outros, como o Portugal Telecom, que seguem o exemplo europeu, valorizando a avaliação do mérito literário.

Huuummm… Sei de gente que participou do júri da Portugal Telecom e ficou infelicíssima com a remuneração. Mais fama do que proveito. Mas a lembrança vem bem a calhar. Procurem na Internet: o resultado desse prêmio estava guardado a sete chaves, e todo mundo já sabia o resultado: Chico havia ganhado antes de ganhar. A premiação foi antecipada na Folha, na VEJA, em todo lugar. A que vem essa cascata toda de debater remuneração de jurados etc? A questão central é outra: o Jabuti para Chico Buarque é ilegítimo.


AUTORITARISMO
Como o intuito não é o de uma discussão séria dos prêmios, avaliar se remuneramos condignamente nossos jurados não convém. Desmerecer regras, alegando favorecimento, insinuando que quem votou não sabe votar, que “o eleitor segue as celebridades”, é atitude típica da tradição autoritária, e não da defesa da meritocracia envolvida numa premiação.

Nesse ponto, o artigo do assassino de subjuntivos assume uma dimensão cômica. Qual é a “meritocracia” de uma premiação cujo resultado todos conhecem de antemão? Não, senhor! Quando Chico está na disputa, o Jabuti premia a aristocracia.


A discussão válida, se os prêmios literários devem ou não classificar mais de um vencedor -não conheço exemplo dessa natureza entre os prêmios literários internacionais mais importantes-, trazendo a competição, e não a premiação, para o cerne desses eventos, foi jogada fora pelos meus colegas. Ao invés da discussão serena das regras, Machado e Villas Boas preferem dizer que os livreiros, aliados naturais dos editores, assim como nós mesmos, não sabemos escolher os livros merecedores de um prêmio da classe.

Por que propor o debate das regras seria uma obrigação só de seus “colegas”? Por que ele próprio não o fez ou faz?. O dono da Cia. das Letras tenta claramente jogar a Record contra os livreiros. Para quem denunciou há pouco o que considera jogo sujo na política, ele se mostra um aluno exemplar da prática que denuncia.


Chico Buarque e sua obra não precisam da minha defesa; o livro em questão teve recepção crítica que é pública e vendeu mais de 180 mil exemplares. Mas o sucesso alheio para Sérgio Machado é fruto da má escolha dos livreiros e do baixo nível dos leitores. Assim sempre se fundaram no Brasil o discurso e as práticas pautadas no autoritarismo. Será assim também na República das Letras?

Imaginem se Chico e sua obra precisassem da defesa de Schwarcz… Cadê a “recepção crítica que é pública”, fora do ambiente do compadrio? Poderia ter vendido 1,8 milhão de exemplares, dez vezes mais, e isso não justificaria a premiação na forma como se deu. Nesse trecho, o moço que acusa a baixaria alheia tenta jogar a Record contra os leitores. No auge da comicidade, acusa seus adversários de “práticas pautadas pelo autoritarismo”. Ora, a Record simplesmente decidiu romper com um prêmio que não merece mais o seu respeito. Se Chico e seu editor já são os donos das batatas, por que fingir que elas ficarão com o vencedor?
Sempre que “autoritarismo” e “Chico Buarque” estão num mesmo texto, sinto o inequívoco cheiro de pelo menos 100 mil cadáveres cubanos que cometeram o crime de tentar fugir do inferno. Se Schwarcz quiser debater esse binômio, pode marcar hora e local. Eu acho que Chico não merece a distinção literária com a sua “prosa poética” que se finge de romance. Mas posso, sim, debater seu “engajamento”, já que seu editor quer um embate de natureza política. E, com efeito, tratar o sambista como uma questão política é muito mais legítimo do que tratá-lo como romancista.


Espero que não. Espero que livros continuem sendo atos de respeito a autores e leitores, e que a Câmara Brasileira do Livro só aceite discutir regras preservando a dignidade de seus membros e das editoras que inscrevem livros em seu prêmio (e que respeitam o regulamento previamente estabelecido).


Agora ele puxa o saco da Câmara Brasileira do Livro. É mesmo um profissional.


A editora Record tem direito de se orgulhar e se apresentar como o maior grupo editorial do país, mas a literatura nunca foi e nunca será o campo do “você sabe com quem está falando?”, mas, sim, o lugar do “ouve só o que eu tenho para te dizer”.


Huuummm… Agora ele exercitou outra coisa que também acho desprezível: o rancor da vítima triunfante! A Record, que foi garfada, só teria reagido porque é o maior grupo editorial do país, como se tivesse roubado essa condição de alguém e como se isso não fosse fruto da competência dos seus comandantes. Nada como mobilizar o recalque dos ressentidos!
Schwarcz é um bom propagandista de si mesmo e muito competente na arte de fazer o outro acreditar que é competente. Foi um dos editores da Brasiliense quando a editora viveu seu auge, no começo dos anos 80. O mago de algumas revoluções editoriais da casa foi Caio Graco Jr., o dono, morto em 1992 num acidente de moto. Quando saiu para fundar a Cia. das Letras (1986), Schwarcz já tinha uma legião de fãs nos jornais, certos de que algumas das conquistas de Caio eram obra de seu subordinado.
Schwarcz tem razão. Esse ambiente, às vezes, é muito parecido com a política. Surrupia-se tudo: de jabutis a biografias.
Não se esqueçam. A petição está aqui. Chico, devolve o Jabuti!


Por Reinaldo Azevedo



Edney Silvestre




Chico Buarque

quinta-feira, 11 de novembro de 2010


VIAGEM LITERÁRIA - MÓDULO NOVEMBRO 2010 .

Dia 12 novembro encerraremos o Programa Viagem Literária, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura. No módulo V, receberemos uma Oficina de Criação Literária com o escritor e jornalista Michel Laub.

Oficina de Criação Literária : Michel Laub vai ministrar uma oficina para aqueles que tem interesse em desenvolver ou aprimorar o fazer literário. Por meio de leituras, bate-papo e produção escrita, os participantes terão a oportunidade de aprender e de trocar ideias com um autor consagrados, bem como conhecer técnicas e teorias relacionadas à arte de

Local : Biblioteca Municipal de Penápolis
Endereço : Rua Irmãos Chrisóstomo  de Oliveira 333 - Centro
Horario : 09 às 13 h



Biografia:

Michel Laub nasceu em Porto Alegre, em 1973. Escritor e jornalista, foi editor-chefe da revista Bravo e coordenador de internet do Instituto Moreira Salles. Hoje é professor de criação literária (Academia Internacional de Cinema, B_Arco, Sesc) e colaborador de diversos veículos e editoras. Publicou quatro romances, todos pela Companhia das Letras: Música Anterior (2001); Longe da água (2004), lançado também na Argentina; O segundo tempo (2006) e O gato diz adeus (2009). Recebeu o prêmio Erico Verissimo/Revelação, da União Brasileira dos Escritores, as bolsas Vitae e Funarte e foi finalista dos prêmios Jabuti, Portugal Telecom (duas vezes), Fato Literário/RBS e Zaffari/Bourbon. Teve textos publicados na Itália e na Coreia.





sexta-feira, 5 de novembro de 2010

       MONTEIRO LOBATO É A BOLA DA VEZ




Polêmica de racismo ronda livro de Monteiro Lobato

Especialistas levantarama questão e MEC foi analisar se a obra 'Caçadas de Pedrinho' pode ser proibida de ser usada em escolas.
Citações à personagem Tia Anastácia no livro 'Caçadas de Pedrinho', de Monteiro Lobato, foram consideradas racistas por especialistas. O Ministério da Educação estuda a proibição da obras nas escolas. A professora aposentada da Unicamp, Marisa Lajolo, é contra a advertência sobre o racismo do livro. Já Francisco Cordão, da CNE, diz que as escolas devem trabalhar o assunto.

Acesse o site do programa Entre Aspas da Globonews para ver a discussão sobre a questão. http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1628408-17665-309,00.html#

A fala da Professora Marisa Lajolo é muito interessante ,principalmente destaco: o texto do escritor Antonio Candido de 1972 e quando diz - Vamos discutir o racismo sem usar como pretexto uma obra do Monteiro Lobato, vamos discutir o racismo numa pespectiva  mais global......


Texto do Augusto Nunes do seu blog da Veja.

29/10/2010
às 21:27 \ Direto ao Ponto

A jequice da Era da Mediocridade não deixou escapar nem o criador do Jeca Tatu
O Brasil conseguiu ficar mais jeca, resumiu o título do post publicado em setembro de 2009 e reproduzido na seção Vale Reprise. Depois de descrever a inverossímil quermesse patriótica montada para celebrar a fantasia do pré-sal, que chegou ao climax com a Proclamação da Segunda Independência pelo presidente Lula, o texto reitera nas três últimas linhas que os brasileiros ainda providos de lucidez continuavam a enxergar as coisas como as coisas são: “Sem parentesco com o país que o governo inventou, o Brasil real não mudou. Só conseguiu tornar-se ainda mais metido a esperto, mais grosseiro, mais caipira, mais jeca. Toda nação acaba ficando parecida com quem a governa”.
Ficou mais parecida ainda nesta semana, informa o parecer do Conselho Nacional de Educação publicado no Diário Oficial da União de quinta-feira. Segundo a entidade, o livro “Caçadas de Pedrinho”, do escritor Monteiro Lobato, é perigoso demais para cair nas mãos dos alunos de escolas públicas. Em que pecado teria incorrido o pai de personagens ─ Emília, Narizinho, Dona Benta, Visconde de Sabugosa, Tia Nastácia, o próprio Pedrinho ─ eternizados no imaginário de milhões de crianças brasileiras? Que crime teria cometido o admirável contador de histórias que inoculou em incontáveis gerações o amor à leitura?
Monteiro Lobato é racista, acaba de descobrir Nilma Lino Gomes, professora da Universidade Federal de Minas Gerais, que redigiu o documento endossado pelos demais conselheiros. No livro publicado em 1933, ela identificou vários trechos grávidos de preconceito, sobretudo os que envolvem Tia Nastácia, macacos e urubus. “Estes fazem menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano”, explica a vigilante conselheira. Num deles, “Tia Nastácia é chamada de negra”. Noutro, trepa numa árvore “com a agilidade de um macaco”. Solidários com o obscurantismo dos conselheiros, os companheiros da Secretaria de Alfabetização e Diversidade do MEC já resolveram que “a obra só deve ser usada quando o professor tiver a compreensão dos processos históricos que geram o racismo no Brasil”.
Quem não compreende coisa nenhuma é o bando de ineptos alojado nas siglas que vão colocando em frangalhos o sistema de ensino. Quem precisa tratar processos históricos com menos ligeireza são os cretinos fundamentais que ousam censurar a obra de um escritor genial. Só burocratas idiotizados pelo politicamente correto tentam aprisionar nos porões criaturas que excitaram a imaginação de milhões de pequenos brasileiros.
Ironicamente, um dos filhos literários de Monteiro Lobato é o Jeca Tatu. Nasceu para ensinar que o Brasil só conheceria a civilização se erradicasse o atraso crônico, as doenças da miséria, o primitivismo cultural ─ a jequice, enfim. No Brasil do presidente que não lê, não sabe escrever e celebra a ignorância, o caipira minado pelo amarelão, que fala errado e se imagina esperto, virou modelo a imitar. Ser jeca está na moda, rende votos, aumenta a popularidade. Pode até garantir o emprego de conselheiro nacional de educação.

AUGUSTO NUNES



Sobrou para a Emília


sáb , 30/10/2010 - Texto de Guilherme Fiúza no Blog http://colunas.epoca.globo.com/guilhermefiuza/2010/10/30/sobrou-para-a-emilia/

A História do Brasil está sendo corrigida aos poucos. A república sindical está se encarregando de reescrever os mal-entendidos anteriores à chegada do messias do ABC.
Finalmente o país começa a conhecer sua verdadeira realidade – aquela que cabe nas cartilhas do PT, e pode ser recitada com orgulho pela militância. É a revolução cultural dos companheiros.
Há 20 anos, o jornal “O Planeta Diário” estampava a manchete profética: “Lula quer fazer reforma agrária no Sítio do Picapau Amarelo”.
O dia chegou. Com a bravura revolucionária de um Stédile, o Conselho Nacional de Educação invadiu o famoso sítio de Monteiro Lobato, disposto a acabar com aquele blábláblá literário improdutivo de direita.
O primeiro tiro atingiu em cheio as “Caçadas de Pedrinho”, uma obra tipicamente burguesa que não cabe nas cartilhas petistas. Os conselheiros de Lula entraram decididos a fazer o resgate social de Tia Nastácia – a negra confinada na cozinha por Dona Benta, agente da elite branca.
Com a decisão do Conselho Nacional de Educação de proibir “Caçadas de Pedrinho” nas escolas, a desigualdade social recebe um duro golpe.
A medida deverá ter conseqüências importantes, como evitar que os netos e bisnetos de Tia Nastácia se tornem favelados, à margem da sociedade de consumo. O passo seguinte talvez seja processar Monteiro Lobato por racismo.
Esta será uma medida de execução mais complexa, considerando-se a dificuldade de localizar o dono do Sítio. A esta altura, ele deve estar foragido.
Mas isso é uma questão de tempo. Não há informação que resista aos arapongas da inteligência do PT.
Todo mundo sabe que Monteiro Lobato é o pai de Emília, a boneca falante. Com um interrogatório bem feito, a bonequinha acaba entregando o paradeiro do pai, esse latifundiário racista.
Parabéns ao Conselho Nacional de Educação. E atenção, conselheiros: há outras obras perigosas nesse sítio, como “Reinações de Narizinho” e “A reforma da natureza”. Destruam tudo enquanto é tempo. No Brasil de Lula e Dilma não pode haver mais espaço para esses atentados contra o povo, disfarçados de literatura infanto-juvenil.
Deixem as escolas ensinarem a história do filho do Brasil, a obra-prima do novo Descobrimento. O resto é ideologia burguesa.

Guilherme Fiuza


Guilherme Fiuza é jornalista e autor de vários livros, entre eles “Meu Nome não é Johnny”, adaptado para o cinema. Neste blog, trata de grandes temas da atualidade, com informação e muita opinião principalmente sobre política.




Biografia, obras e estilo literário

Contista, ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles em Urupês, obra prima deste famoso escritor.
Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis.
Este notável escritor é bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil.
Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e idéias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, a sabia espiga de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e outras personagens que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do Pica-Pau Amarelo, que até hoje encanta muitas crianças e adultos.
Escreveu ainda outras incríveis obras infantis, como: A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, O Pica-Pau Amarelo e A Chave do Tamanho.
Fora os livros infantis, este escritor brasileiro escreveu outras obras literárias, tais como: O Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e o Escândalo do Petróleo. Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo, posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo apenas por empresas brasileiras.
No ano de 1948, o Brasil perdeu este grande talento que tanto contribuiu com o desenvolvimento de nossa literatura.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

   LANÇAMENTOS :  ANTOLOGIA  DE POETAS PENAPOLENSES  E DO LIVRO   DA POETISA JOANA PARO " OLHAR INVERSO"



A Antologia de Poetas Penapolenses é uma coletânea de poemas com a participação  trinta e tres  autores da cidade de Penápolis, está sendo lançada no  1º Festival Literário de Penápolis, dia 21 de Outubro  a partir das 18 h no Recanto Sol e Lua na Praça 9 de Julho - Centro - Penápolis. O livro tem 133 páginas, organizado pela Solange Ruiz Chotolli e custa R$ 32, 68. O lançamento do livro da Poetisa Joana Carolina Paro intitulado "Olhar Inverso" será no mesmo local e antes do  Antologia de Poetas Penapolenses. Prestigie esse evento , é a cultura ao alcance de todos!!!!!!


Joana  Carolina Paro

terça-feira, 19 de outubro de 2010

 
   VIAGEM LITERÁRIA


O Programa Viagem Literária da Secretaria de Estado da Cultura de SP, por meio de parceria com as Bibliotecas Publicas das cidades participantes, no Modulo IV - Outubro 2010 , traz para a cidade de Penápolis o Escitor e Jornalista Guilherme Fiúza que é autor do livro Meu nome não é Jonhy ( 2007), que vendeu mais de 50 mil exemplares e deu origem ao filme, visto por mais de dois milhões de espectadores. Foi editor de Política do jornal O Globo e mantém um blog no portal da revista Época. Escreveu ainda 3.000 dias no bunker(2006), reportagem sobre os bastidores do Plano Real; Amazônia, 20º andar ( 2008), que conta a história real de uma mulher que trocou a cidade pela floresta e ganhou mundo; e Bussunda ( 2010), a biografia do humorista.

A palestra de Guilherme Fiúza será na Biblioteca Pública de Penápolis, na Rua Irmãos Crisóstomo de Oliveira , 333 - Centro , no dia 19 de Outubro às 20 horas, e a entrada é grátis.



1° FESTIVAL LITERÁRIO DE PENÁPOLIS

                                                                                                             
Penápolis: 1º Festival Literário começa hoje terça-feira dia 19 de Outubro.

De 19 a 23 de Outubro a cidade de Penápolis será palco de grande agito cultural com a realização do 1º Festival Literário. Serão cinco dias de evento com atrações para o público de todas as idades, com muita música, teatro, dança, contação de histórias, oficinas, lançamento de livros, exposição de desenhos, exibição de animações e muito mais. Tudo de forma gratuita para a população. Essas atividades serão concentradas no Centro Cultural Dr. Bráulio Sammarco, localizado na Praça 9 de Julho, Centro.

A realização é da Prefeitura de Penápolis em parceria entre Secretaria de Educação e Secretaria de Cultura.


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Nobel de Literatura Marcos Vargas Llosa

Para Vargas Llosa, Lula tem conduta 'esquizofrênica' no governo


Em visita ao Brasil após prêmio Nobel, peruano diz que postura democrática do presidente não se reproduz na política externa.
Escritor peruano se disse otimista em relação ao futuro da América Latina
Em sua primeira visita ao Brasil desde que foi agraciado com o prêmio Nobel de Literatura na semana passada, o escritor peruano Mario Vargas Llosa, 74, chamou de "esquizofrênica" a conduta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no governo brasileiro.
"Lula fez evolução notável na política interna. Há no Brasil um desenvolvimento que impressiona o mundo inteiro, conduzido por posições democráticas admiráveis. O que lamento é que (ele) não tenha uma política internacional equivalente", disse Vargas Llosa, que criticou a relação que Lula mantém com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad
"Lá (Irã) estão atirando pedras em mulheres adúlteras! Como (Lula) vai legitimar um tirano assassino que representa uma forma anacrônica de fanatismo? (...) Há razões políticas, geopolíticas, mas não há razão ética ou moral que justifique esse tipo de esquizofrenia na conduta de um governante", disse o peruano.

Ele ainda se disse "desconcertado, entristecido e indignado" com o encontro entre Lula e o líder cubano Raúl Castro em janeiro, quando o dissidente político cubano Orlando Zapata morreu em razão de uma greve de fome. "Por que um democrata no Brasil vai se abraçar com um ditador repelente como o sr. Castro no mesmo momento em que está morrendo um dissidente?"

Vargas Llosa falou nesta quarta-feira a funcionários do Grupo Abril, em São Paulo, em entrevista conduzida pelo jornalista Ricardo Setti. Ao longo de uma hora, ele tratou da sua reação ao Nobel, da relação entre política e literatura e dos motivos que o fazem estar "mais otimista" quanto aos destinos do mundo e da América Latina.

Correção política
Defensor do liberalismo na economia e na política, Vargas Llosa disse ter ficado "surpreso" com a notícia de que recebera o maior prêmio da literatura mundial, principalmente ao levar em conta os últimos ganhadores.
"A impressão é que eles não queriam dar o prêmio a pessoas controvertidas, principalmente do Terceiro Mundo. Preferiam os que seguiam uma certa correção política. Mas, posto que me deram o prêmio, parece que estavam errados", disse o peruano, provocando risos na plateia.
Vargas Llosa rejeitou a ideia de que a sua atuação política (ele escreve com frequência artigos e ensaios sobre o tema) afete negativamente a sua produção literária.

"A literatura não deve se afastar da vida. (...) Gostaria que a minha obra fosse como uma esponja que absorvesse tudo o que acontece no seu tempo. Não conheço grande literatura que tenha sido indiferente à política."

Desmonte do comunismo
Sobre os rumos da política mundial, o escritor disse estar hoje mais otimista do que há alguns anos, citando o "desmonte" do comunismo.
"Lembro-me de um discurso do Henry Kissinger (secretário de Estado americano entre 1973 e 1977), que não é um tonto, pouco antes da queda do Muro de Berlim (1989). Ele disse: 'Senhoras e senhores, tenhamos claro que o comunismo está aqui para ficar'. Mas ele desapareceu, e não porque foi derrotado pelo Ocidente, mas por uma putrefação interna, por uma incapacidade de organizar uma economia produtiva, porque o sistema de controle do pensamento e da vida o foi asfixiando."
Vargas Llosa também considera que a América Latina evoluiu substancialmente nos últimos anos, com a expansão e a consolidação da democracia.
"(Na América do Sul) hoje só temos uma semiditadura, a de Hugo Chávez, que foi derrotada nas últimas eleições e tem um fracasso econômico enorme. Dificilmente o regime vai sobreviver muito tempo."
Segundo o escritor, os avanços recentes fazem com que o continente "comece a recuperar o tempo perdido". Mas ele alerta que, apesar do progresso, "não se pode cair na ingenuidade, porque pode haver volta".

Experiência desoladora
Para o peruano, situação muito menos promissora que a América Latina tem a República Democrática do Congo, país que ele visitou durante a produção do seu último livro, O sonho do celta, ainda não publicado no Brasil.
A obra trata da vida do diplomata irlandês Roger Casement (1864-1916), que denunciou os abusos cometidos na colonização do então Congo belga pelo rei Leopoldo 2º, entre os séculos 19 e 20.
Vargas Llosa conta que a viagem ao país africano, que durou 15 dias, foi a experiência "mais desoladora, triste e deprimente" de sua vida.
"Vi um médico congolês que me disse: 'o problema número um deste país são os estupros. Aqui, há muitos anos que não se estupra por prazer sexual, o estupro é uma arma para humilhar o adversário. Te digo que num povoado não há uma só mulher que nunca tenha sido estuprada'. Ele me disse isso e começou a chorar de modo atroz."
Para Vargas Llosa, o cenário é tão grave que os prognósticos de que o país não tem solução "pode ser verdadeiro". "Mas, se é certo, a culpa maior, a responsabilidade principal de que o país tenha chegado a essa situação de espanto é a colonização belga, é o que os belgas fizeram ali", diz o escritor.



quinta-feira, 2 de setembro de 2010

 1º SARAU POETICO E.E. ESTER EUNICE


           

terça-feira, 31 de agosto de 2010

                          
                 I Prêmio " Ser autor" 2010       

                   

O Município de Penapólis esta representado pelos alunos : Mariana e Wesley ( 8º série ) , Jéssica e Maryellen ( 3º serie colegial ) , no concurso patrocinado pela Secretaria do Estado de Educação na edição do Livro de Poemas I Prémio " Ser autor 2010" com a participação de diversas cidades do estado de São Paulo. O livro foi lançado com a presença dos alunos e professores que participaram dos poemas selecionados na Beinal do Livro em Agosto/2010 em São Paulo capital. A Escola Estadual Ester Eunice através das Professoras: Renata Nogueira , Cristina Toffani, Luciana  de Nadai e Maria Aparecida Cantazine , organizaram o processo seletivo , bem como a indicação de autores a diversos alunos participantes da primeira seleção. Após a seleção entre dezenas de poemas inscritos, os poemas " Paisagem coberta pelo branco " e " Única" , foram classificados e encaminhados para a Diretoria de Ensino e posteriormente para a comissão julgadora da Secretaria de Educação, que escolheram os poemas vencedores. A Escola Estadual Ester Eunice foi a única  a ter poemas selecionados em duas categorias, ensino fundamental e ensino médio. É importante ressaltar o trabalho que é feito na sala de leitura , com a direção das Professoras Renata Nogueira e Cristina Toffani no desenvolvimento de projetos de leitura , onde existe um grande interesse dos alunos , sempre com a participação das professoras de Português e Literatura Maria Aparecida e Luciana de Nadai. Parabéns a bela iniciativa dos professores , e principalmente a todos os alunos que participaram do projeto, interessados em aprender e se expressar em forma de poesia.



 Alunos: Mariana Fujimori e Weslei Vieira dos Santos ( 8ª série), Profª Maria Aparecida Catarzine, Profª Renata Nogueira, Profª Luciana de Nadai, alunas: Jéssica Monteiro Garcia e Maryellen de Almeida Oliveira Alves ( 3ª série colegial)


  



                            No meio da sala de leitura
                    tinham quatro alunos e dois poemas.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Bienal do Livro SP - John Boyne








Autor de “O menino do pijama listrado”, o escritor irlandês John Boyne, participou da mesa “Amizade nas trevas” na “Bienal do Livro de São Paulo”. Seu livro mais conhecido, transformado em filme em 2008, conta a história de um garoto alemão chamado Bruno, filho de um oficial da SS nazista durante a II Guerra Mundial, que vai morar perto de um campo de concentração e cria uma amizade com um garoto do outro lado da cerca de arame farpado, que parece usar todo dia o mesmo pijama listrado. Em entrevista ao G1, Boyne conta que leu muito sobre o Holocausto, mas nunca se imaginou escrevendo sobre o tema. Ele revela que, não sendo judeu, escolheu o ponto de vista de Bruno para contar a sua história. “Mesmo como escritor de ficção, não conseguiria usar Shmuel como voz narrativa. Seria como copiar os outros romances que já li. Bruno tem uma distância e uma inocência que é próxima daquela que um escritor não-judeu teria”, explica. “Bruno é ingênuo, mas conforme a história se desenvolve, ele começa a entender o que seu pai está fazendo, e se isso é ou não certo. Mas ele vê o pai como um herói, e ele não quer enxergar ele como o autor de algo tão terrível”, resume o autor.



quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ithamara Koorax homenageia Dolores Duran

Apresentação no Teatro da Caixa traz os clássicos do samba-canção e início da bossa nova e revitaliza uma das maiores cantoras que o País já teve

 
Eleita uma das melhores cantoras de jazz do mundo, Ithamara Koorax apresenta na Caixa Cultural Curitiba seu show em homenagem a Dolores Duran. A turnê “Dolores Duran por Ithamara Koorax”, que já passou pelo Rio de Janeiro e Brasília, fica em cartaz de 30 de julho a 01 de agosto na capital paranaense.

Neste novo projeto, Ithamara interpreta composições de Dolores Duran, uma das maiores representantes do samba-canção brasileiro, e faz sua leitura de algumas das mais lindas e ternas músicas da MPB. “A celebração de Dolores Duran é uma oportunidade ímpar para resgatar e revitalizar a obra dessa fantástica artista, revivendo um capítulo mágico da história da MPB”, conta a cantora.

“Castigo”, “A Noite do Meu Bem” e “Por Causa de Você” são algumas das canções solo de Dolores que serão apresentadas no show. Dentre as obras em parceria, estão “Estrada do Sol” e “Se é Por Falta de Adeus”, ambas em parceria com Tom Jobim, e ”O Que é Que eu Faço”, com J. Ribamar.

As composições de Dolores Duran são caracterizadas como músicas de “dor de cotovelo”, exigindo assim uma interpretação intimista, com tom de voz uniforme e o texto bem pronunciado. Para Ithamara, que possui sucessos em estilos diversos do jazz, não é um problema. “Aprendi com Hermeto Pascoal, com quem eu tive a honra de atuar em shows e gravações, que a música é universal. Sigo esta crença com absoluta fé e devoção. Neste momento estou inebriada pela obra de Dolores Duran”.

Ithamara Koorax — Natural de Niterói e dona de uma voz requintada, Ithamara Koorax é uma das artistas brasileiras de maior sucesso no exterior. Sua obra é marcada pela diversidade e seu repertório encanta tanto os fãs de Jazz quanto os de Lounge/Eletrônico, Bossa Nova, Samba e outros. Sua técnica e afinação permitem explorar todas as canções. Lançou 11 CDs e participou de outros 150 discos, entre os quais a produção de trilhas para cinema e temas para novelas.

Em 20 anos de carreira, Ithamara Koorax se apresentou e gravou com grandes nomes da música, como Tom Jobim, Elizeth Cardoso, Claus Ogerman, Dave Brubeck, John McLaughlin, João Donato (que se apresenta na CAIXA Cultural em agosto), Hermeto Pascoal, entre outros. Se apresentou em alguns dos dos principais palcos do mundo: Jazz Café (Londres), Martinus Concert Hall (Helsinki), Carreau du Temple (Paris), Sanyo Hall (Tokyo), Moods (Zurich), Funchal Jazz Fest (Portugal), Teatro Municipal (RJ) Sala Cecília Meirelles, Bourbon Street e Citibank Hall, além de seis excursões pelo Japão e Coréia.

Em 2008 e 2009, foi eleita uma das três melhores cantoras de jazz do mundo ao lado de Diana Krall e Cassandra Wilson, e foi incluída entre as melhores cantoras de jazz de todos os tempos pelo jornalista e historiador norte-americano Scott Yanow, em seu recém-lançado livro “The Jazz Singers: The Ultimate Guide”.

Para surpresa de alguns, a cantora também tem uma carreira sólida na área da dance music. Ithamara trabalhou com alguns dos DJs mais importantes do mundo e emplacou vários hits nas paradas de techno e house music de Ibiza (Espanha). “No Brasil, algumas pessoas dizem que eu me auto-proclamei ‘cantora de jazz’, mas isso nunca aconteceu. Eu canto todos os tipos de música, inclusive jazz. Quando eu gravo trilhas sonoras para cinema ou para novelas, não estou cantando jazz. Meu maior sucesso na Ásia é ‘Dio come ti amo’, uma canção italiana do Domenico Modugno. Na Europa, ‘Un homme et une femme’. Nenhuma delas tem a ver com jazz, foram estouros na parada pop. Se eu fosse uma cantora estritamente jazzística, não teria esta elasticidade estilística. Por que eu deveria me restringir a um único estilo, se gosto de vários?”, explica Koorax.

Dolores Duran
Dolores Duran, batizada Adileia da Silva Rocha em 1930, é o retrato dos anos dourados da Copacabana da década de 50. Artista e boêmia, Dolores foi a ponte entre o samba-canção e a bossa nova, realizando com excelência suas interpretações e composições. O tema principal de suas obras é a dor do amor, cantadas em tom extremamente intimista. Dolores Duran se apresentou nas boates mais conhecidas do Rio de Janeiro, como a Vogue, Little Club e Baccarat.

A carreira musical começou na noite carioca, aos 16 anos, na boate Vogue. Autodidata, aprendeu inglês, francês, espanhol e italiano apenas ouvindo músicas. Morreu prematuramente aos 29 anos e deixou uma obra primorosa, com músicas como “Castigo”, “Olha o Tempo Passando” e “Estrada do Sol”. Seu maior sucesso, “A Noite do Meu Bem”, é um autorretrato que faz penetrar no universo noturno carioca dos anos 50, do samba-canção, do surgimento da bossa-nova, dos bares e das boates, sinônimos do prazer, que se transformaram na intimidade dessa grande compositora.

Serviço
Música: “Dolores Duran por Ithamara Koorax”
Local: Teatro da CAIXA
Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro – Curitiba
Data: de 30 de julho a 01 de agosto
Horários: sexta e sábado 21h e domingo 19h
Ingressos: R$20 e R$10 (conforme legislação e clientes CAIXA) e 20% de desconto para o Clube do Assinante Gazeta do Povo
Bilheteria:(41) 2118-5111 begin_of_the_skype_highlighting (41) 2118-5111 end_of_the_skype_highlighting (de terça a sexta, das 12 às 19h, sábado e domingo, das 16 às 19h)
Classificação etária: Livre para todos os públicos
Lotação máxima do teatro: 125 lugares (02 para cadeirantes)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cinema e Literatura


 
Essa questão é bem antiga sobre adaptação de prosa literária para cinema, è claro que não se deve e não se pode misturar esses dois importantes segmentos da cultura e da arte. São duas formas bem distintas de expressão cultural e que são usadas diferentes ferramentas , onde não cabe comparação, aquela famosa frase - O livro é bem melhor que o filme , que ja escutei algumas vezes na saída do cinema sobre adapatação de obra literária,  quando a obra literária  tem uma qualidade de importancia nacional ou  mundial ,ai que o filme se torna um telhado de vidro pela expectativa do publico sobre que tipo de  abordagem  foi dada ao roteiro e direção do filme, onde a midia ajuda a aumentar a uma sútil convocação para julgamento, frases publicitarias empurram de uma forma positiva - veja o filme e leia o livro!
Para ilustrar bem esse texto busquei alguns filmes que vi baseados em obras literárias importantes e destaco O filme" Historias Extraordinarias", que tive a oportunidade de assistir no Cine clube da ex Faculdade Estácio de Sá - RJ ( hoje universidade), onde era apenas um colaborador. O filme é baseado em tres contos do livro de Edgard Allan Poe -   "Metzengerstein" de Roger Vadim -  é sobre uma mulher de família nobre que se apaixona pelo primo, mas não consegue tê-lo. "William Wilson" de Louis Malle é sobre um homem que, durante toda vida, foi atormentado pelo seu duplo; "Toby Dammit" de Federico Fellini é sobre um ator inglês que está constantemente atormentado pelos fãs, repórteres e pelo demônio.O filme do Fellini é baseado no conto "Nunca aposte a sua cabeça com o diabo" que por sinal só acabei lendo ha pouco tempo atrás , sempre tive uma grande curiosidade motivado pelo belo filme do Fellini. Na verdade o episodio do Fellini é muito pessoal onde desenvolve sua história bem estilizada é disparado o melhor em relação aos outros dois episódios.A sequencia da entrega do premio Loba de Ouro ao personagem Toby Dammit , interpretado pelo ator Terence Stamp é um dos grandes momentos do cinema mundial. Li recentemente o livro O Fotografo do escritor Cristovão Tezza e um dos personagens Professor  universitário Duarte  vai assistir a um  filme com sua aluna de Mestrado Lídia e durante o trailer " As ilusões perdidas" baseado no romance de Honoré de Balzac diz : Voce leu As ilusões perdidas ? ele pergunta , e era como se ele ganhasse tempo recuperando o proprio terreno, a voz do professor . E antes que ela respondesse - Leia antes de ver o filme para não destruir a leitura, e ela riu - è a grande obra de Balzac. Essa passagem  do livro me faz lembrar o seguinte, se o Professor Duarte tivesse visto o filme Toby Dammit do Felini com certeza  teria dito o contrário.
Talvez o Professor Duarte ,devesse ver filmes adaptados de grandes obras literárias, que conseguiram  muito mais  do que um mero registro do original, ai é que esta a  diferença dos grandes diretores de cinema!



quinta-feira, 15 de julho de 2010

FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO

APRESENTAÇÃO


O FIT (Festival Internacional de São José do Rio Preto) chega à sua 10ª edição em 2010. Realizado pela Prefeitura Municipal de Rio Preto e pelo SESC SP, o evento é considerado uma das principais manifestações culturais do País.

Entre os dias 15 e 24 de julho, a cidade torna-se um grande palco para as manifestações artísticas. O FIT está entre os cinco maiores festivais de teatro do Brasil e traz, a cada edição, novos conceitos do teatro contemporâneo, incluindo em sua programação criações locais, nacionais e internacionais, que são apresentadas em espaços fechados e locais públicos em diversos pontos da cidade.

Com o tema “Conquista da Singularidade”, a edição deste ano tem como característica a ousadia, a busca pelo novo e o caráter experimental, trazendo teses teatrais nem sempre resolvidas completamente e mostrando processos que exploram diferentes maneiras de comunicação.

Na programação deste ano, o FIT apresenta seis espetáculos internacionais e 32 nacionais, entre eles seis infantis, cinco de rua e dez grupos de Rio Preto. Junto com os espetáculos, desembarcam na cidade as melhores companhias teatrais, artistas premiados e diretores consagrados, que somam-se aos talentosos grupos rio-pretenses para proporcionar a milhares de espectadores um contato inesquecível com a magia do teatro.

Histórico

Com 10 anos no formato internacional, o Festival de Teatro de Rio Preto soma, em 2010, 41 edições. O evento surgiu no final da década de 60, em um período em que o Brasil ditatorial atravessava diversas transformações sociais e políticas.

Em seus primeiros anos, tinha caráter competitivo e amador. Com espetáculos vindos do Paraná, São Paulo e Minas Gerais, a primeira edição do Festival contou com a participação de 11 grupos, que se apresentaram na igreja Basílica, no bairro Boa Vista.

A apresentação de estreia, em julho de 1969, foi realizada pelo grupo de Rio Preto Teatro Jovem da Casa de Cultura, formado por Humberto Sinibaldi Neto, Dinorah Do Valle, José Eduardo Vendramini, Fábio Marques dos Santos, Maria Cristina Miceli, Raildo Viana, Ricardo Albuequerque e Reinaldo Silva.

O evento foi interrompido entre 1973 e 1980, voltando a ser realizado em 1981. Em sua 20ª edição, em 2001, deixou de ser competitivo e passou a ter um formato experimental e profissional.

O Festival Nacional de Teatro Amador deu lugar, então, ao FIT (Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto) que se aprimorou e expandiu, atraindo as atenções de artistas de todo o mundo, além de ser um dos mais aguardados pelo público de diversos estados brasileiros e países vizinhos.

 Quem não sabe mais quem é, o que é e onde está precisa se mexer

 Cia. São Jorge de Variedades

 
Sinopse:


A partir da obra de Heiner Müller, a Cia. São Jorge de Variedades criou a estrutura dramatúrgica que se aventura a contestar, com algum humor, o suposto malogro da revolução socialista e, de quebra, ainda traçar um retrato de sua geração. Inusitada, a encenação percorre as ruas da cidade, e três atores que se encontram levam o público até o espaço de apresentação, onde está montado um apartamento, ou melhor, um “aparelho”.

Ficha Técnica:

Criação e dramaturgia: Cia São Jorge de Variedades, a partir da obra de Heiner Müller

Direção: Georgette Fadel

Elenco: Marcelo Reis, Mariana Senne e Patrícia Gifford

Assistente de direção: Paula Klein

Direção musical: Luiz Gayotto

Direção de arte: Rogério Tarifa

Preparação corporal: Érika Moura e Lu Brites

Desenho de luz: Taty Kanter

Direção de produção: Carla Estefan

Assistente de produção: Glauber Pereira

Técnico de som: André Capuano

Contrarregras: Evandro Pires e Glauber Pereira

Programação Visual: Sato-CasadaLapa

Fotos: Cacá Bernardes

Categoria: Rua

Classificação: 14 anos

Nacionalidade: Brasil

Cidade: São Paulo (SP)

Local de apresentação: Rua Tiradentes n° 3305

Duração do espetáculo: 80 minutos

Apresentação: dia 19 de julho às 16h


Para maiores informações sobre o Festival Internacional de Teatro acesse o site http://www.festivalriopreto.com.br/