quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
" Reparação " - Filme
Como não o considerou vítima da ditadura militar, sua aposentadoria é menor do que a do autor do atentado, um terrorista de esquerda. A tragédia enterrou para sempre o sonho de Lovecchio de ser piloto de avião. O documentário tem depoimentos do ex-presidente Fernando Henrique, do historiador Marco Antonio Villa e do jornalista Demétrio Magnolli, entre outros. Os realizadores querem “iniciar uma nova discussão sobre o período militar dentro do contexto do cinema brasileiro, que até hoje tem falhado por mostrar apenas um lado dos que viveram a época, de uma forma muitas vezes maniqueísta”. Veja aqui o trailer oficial www.youtube.com/user/terranovafilmes – Material do Cláudio Humberto
Postado por movimento da ordem vigilia contra corrupção às 12/08/2009 08:47:00 PM
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Viagem Literária - Nelson de Oliveira
O Projeto Viagem Literária é uma parceria entre a Secretaria de Estado da Cultura e a prefeitura Municipal de Penápolis e traz, desde o ano de 2008, grandes nomes da literatura infantil,infanto-juvenil e adulta para a realização de debates, bate-papos, contaçao de histórias e oficinas ao público leitor. Neste mês de novembro de 2009, no módulo " Oficina de Criação Literária", a cidade de Penápolis receberá a visita do renomado escritor e produtor de arte Nelson de Oliveira.
A Oficina aontece hoje dia 04 de novembro a partir das 13 h, na Sala Cora Coralina ao lado da Biblioteca Municipal com participação gartuita, sendo as vagas limitadas.
Nelson de Olivera nasceu em 1966, em Guaíra,SP. Escritor e doutorando em Letras pela USP, publicou mais de vinte livros para adultos e crianças.
Desde 2003 coordena oficinas de criação literária para escritores diletantes, com obra ainda em formação, e pessoas interessadas em aprimorar suas habilidades no uso da lkinguagem literária. Colabora regularmente com o jornal Rascunho (PR) e com o caderno Idéias & Livros, do Jornal do Brasil (RJ). Dos prêmios que recebeu destacam-se o Casa de las Américas ( 1995), o da Fundação Cultural da bahia ( 1996) e duas vezes o da APCA ( 2001 e 2003).
Na Biblioteca Municipal tem o seu primeiro livro escrito para o público adulto, intitulado " Naquela época tínhamos um Gato e outros contos ". Li o livro e gostei muito, por dois motivos: a maneira simples de escrever mas de uma forma muito poética e a carga de non sense que paira nas histórias, recomendo sem prescrição médica a leitura.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
A Máquina de abraçar - Teatro
A peça se baseia no relato de uma autista concedido durante uma entrevista ao famoso neurologista e escritor Oliver Sacks, retirada do livro Um antropólogo em Marte
Luiz Felipe Reis, Jornal do Brasil
RIO DE JANEIRO - Desde a década de 90, a dramaturgia do espanhol José Sanchis Sinisterra, 69, tornou-se essencialmente familiar ao teatro brasileiro. Admirado por diretores como Aderbal Freire-Filho – responsável por Ay, Carmela (1993) – e Christiane Jatahy, recordista em montagens do autor – Ñaque, de piolhos e atores (1991); Perdida nos Apalaches (1997), dirigida pelo próprio; A falta que nos move ou todas as histórias são ficção (2005) e Leitor por horas (2006) – Sinisterra volta à cidade para acompanhar a estreia de um novo rebento: o texto inédito A máquina de abraçar, que marca a primeira direção da atriz Malu Galli e inaugura o galpão do Espaço Tom Jobim, a partir de quinta-feira.
O novo texto aborda a relação entre uma autista (que criou para si a tal máquina) e sua terapeuta, vividas pelas atrizes Mariana Lima e Marina Vianna. Como resposta à guarida caliente que seus textos recebem no país, Sinisterra reage com humor, faz pouco caso da qualidade e acentua “facilidades de produção”.
– É um orgulho e um fato que me surpreende ter tantos textos encenados – revela Sinisterra. – Externamente à essa questão da “qualidade”, só posso pensar que tenho bons amigos no Brasil e que minhas obras não são de produção cara. Brincadeiras à parte, às vezes, penso que estou cumprindo minha ambição de ser um autor ibero-americano, mais até que europeu. Sempre me surpreende a inventividade, a atração pelo risco, a ousadia e a extraordinária fluidez orgânica dos atores e atrizes brasileiros e latinos. Sei que as condições materiais não são fáceis no Brasil, mas isso parece incentivar a criatividade.
Intercâmbio assimétrico
A despeito da boa receptividade, Sinisterra considera o intercâmbio entre as produções teatrais brasileiras e espanholas “vergonhosamente assimétrico”. Revela que, em geral, o teatro espanhol ignora todo o teatro latino-americano, salvo exceções à dramaturgia argentina. Em relação ao Brasil, a dupla desculpa recai sobre a distância e diferença idiomática.
– Com o Brasil essa ignorância se agrava. Por exemplo, não tenho notícias de nenhuma montagem profissional de Nelson Rodrigues, isso para não falar de autores vivos – lamenta. – De fato, tenho um projeto com Aderbal Freire-Filho, há muitos anos, para diminuir esta assimetria.
A máquina de abraçar se baseia no relato de uma autista concedido durante uma entrevista ao famoso neurologista e escritor Oliver Sacks, retirada do livro Um antropólogo em Marte. Mais do que utilizar o autismo como ferramenta para investigar a dificuldade em estabelecer contatos e a a impossibilidade da comunicação entre humanos, o dramaturgo se interessa pelo distúrbio como “expressão de uma parte inacessível da consciência humana”.
– Os autistas são casos extremos de uma característica comum que temos. O outro é inacessível para mim. Talvez por isso seja tão difícil encontrar uma simetria na afetividade – elabora Sinisterra. – Todos nós necessitamos de uma máquina de abraçar. Mas a obra questiona também modos opostos de se viver: o ativismo e a passividade, a combatividade e a contemplação, além do pensamento racional e o conhecimento poético.
Sinisterra conheceu a atriz, e agora diretora Malu Galli, à época em que o monólogo Diálogos com Molly Bloom esteve em cartaz, em 2007. Após dirigi-la, o dramaturgo então ofereceu um texto que acabara de escrever. Pensava que Malu poderia interpretar a protagonista. Com o presente em mãos, Malu teve imediatamente vontade de dirigi-lo.
– Continuo pensando o ator e a interpretação, só que inverti a posição de câmera – diz Malu.
Sinisterra aprovou a surpresa:
– Devo dizer que ofereci o texto a Malu, pensando nela como atriz - recorda o diretor. – Mas não é frequente encontrar atores com a combinação de inteligência e sensibilidade que ela possui. Além disso, me interessou o que eu chamaria de sua expressividade translúcida. Às vezes luminosa e misteriosa.
Poucos elementos cênicos
Em A máquina de abraçar, Sinisterra propõe uma situação dramática e proposta cênica simples e peculiar de seu trabalho: duas mulheres, a terapeuta e sua paciente, conversam entre si e para a plateia.
– Em geral, tendo ao que chamo de uma teatralidade menor. Como abordar grandes temas com o mínimo de elementos dramáticos e cênicos? “Less is more” me parece uma boa fórmula artística. E um desafio interessante, sem falar das questões financeiras de produção.
Além de tratar da incomunicabilidade, A máquina... estimula o questionamento de pilares da sociedade, como a linguagem, a política, a ciência, a espiritualidade e a natureza. Juntos, compõem seu atual objeto de investigação.
– Uma grande pergunta para mim é como ser comum hoje em dia. E o teatro me ajuda a propor estas perguntas. Do ponto de vista temático, me preocupa a progressiva anestesia do ser humano diante do horror e da dor. E por último, a religião como doença quem sabe incurável da espécie humana, causa de inúmeros males.
Sinisterra, que já levou à cena obras de Joyce, Melville, Kafka, Cortázar e Saramago, continua a prestar tributo à literatura como fonte de inspiração para seus personagens – geralmente anti-heróis. O autor, que até há pouco alimentava o sonho de adaptar Budapeste, de Chico Buarque, agora se dedica a executar uma montagem de Clarice Lispector.
– Tenho uma grande dívida e inveja da literatura e sua liberdade – conta. – No teatro, não me interesso por heróis. Penso que cada derrota é única. Cada fracasso é excepcional.
Fonte: Jornal do Brasil
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Dia Nacional do Poeta - 20 de Outubro
Foto ( da esquerda para direita ) ; Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Manuel Bandeira, Mário Quintana e Paulo Mendes Campos
"Só a antropoesia nos une" frase que coloquei no meu poema Antopofágico Manifesto dedicado ao Poeta Geraldinho Carneiro. Ah! todos os poetas estão vivos , são todos imortais com ou sem academia de letras, como diria Augusto dos Anjos," somente essa pantera foi sua companheira inseparável". A mão que acaricia ou que bate e a mesma que escreve poesia, é a mão bem diferente que obedece o cérebro que vai ditando frases que vem da imaginação e por ironia escreve palavras que viram frases pontuadas de metáforas que nos deixam a pensar e tentar entender um texto, que naõ tem nada a ver com a objetividade linear científicista. Na verdade a poesia não é para "entender" mas antes de tudo para sentir na pele e na alma. Vida longa aos Poetas Brasileiros!!!
Poeta escreve
do seu jeito
no pretérito mais que perfeito.
Reinaldo Cozer
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Projeto Viagem Literária
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Chuvas de Verão
Até nos sufoca a alma
De repente um trovão dizendo
Que a chuva não vai ser calma.
Ecos de trovões distantes
Que faz viajar a nossa mente
Relembrando um passado
Que já se foi para sempre
Do nosso tempo de infância
Ou de um amor que se foi
O que passou já sabemos
Só não o que vem depois.
Em seguida uma brisa fresca
Que nos acaricia a face
Esperamos um novo dia
Até que a magia passe.
Paulo Castilho
O poema foi remetido pelo Poeta de Birigui Paulo Castilho.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Comissão Especial aprova PEC dos recursos para Cultura
A comissão especial que analisa quatro propostas de emenda à Constituição (PECs) que vinculam recursos dos orçamentos da União, dos estados e dos municípios para a área da cultura e a preservação do patrimônio (324/01,427/01, 150/03 e 310/04) , acaba de aprovar, por unanimidade, o substitutivo do deputado José Fernando Aparecido de Oliveira (PV-MG).
*Cultura nacional*
O texto aprovado incluiu uma sugestão do deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA) para substituir na PEC o termo cultura nacional por apenas cultura. "Temos que nos prevenir dos burocratas. Depois eles poderiam falar que a PEC não serve para a promoção de concertos de música clássica porque não se trata de cultura nacional", explicou.
Após a aprovação, os deputados Magela (PT-DF) e Paulo Rocha (PT-PA)
prometeram trabalhar para que a PEC não fique parada no plenário por causa de pressões da área econômica do governo.
Marcelo Almeida considerou a aprovação histórica. "Cultura é uma questão de soberania nacional. E hoje é um dia de grandes conquistas para a cultura do País, com a aprovação dessa PEC e do Plano Nacional de Cultura. O plano foi aprovado nesta manhã na Comissão de Educação e Cultura.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) comemorou a aprovação, comparando a importância da cultura e da educação. "Se a educação é o corpo de uma sociedade, a cultura é a alma dela. Não se pode viver sem nenhuma delas."
Representantes de grupos de teatro, de música e dança folclórica, e a cantora Fernanda Abreu, presentes à reunião, também comemoraram a aprovação.
A PEC segue para análise do plenário.
João Baptista Pimentel Neto
Diretor de Articulação e Comunicações do CBC - Congresso Brasileiro de Cinema
Secretário Geral do CNC - Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros
Relações Institucionais do Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual
Cel: 11.8492.7373
Msn: pimentel439@hotmail.com
Skype: pimentel43
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Toninho Vaz no Londrix
Recebi o e-mail do Escritor, Jornalista e Biografo Toninho Vaz sobre a sua participação no Festival Literário de Londrina, que irá homenagear o Poeta Paulo Leminski ( inesquecível cachorro louco ). Eis o e-mail na íntegra:
LONDRIX 2009
Amigos,
no dia 25 de setembro, na próxima sexta-feira, estarei no 5. Londrix – festival literário de Londrina, onde faço palestra sobre a poética de Paulo Leminski. Um privilégio, pois estarei trabalhando ao lado de almas sensíveis e de poetas como Marco Vasques (meu amigo de Floripa), Marcos Losnak (espécie rara de coyote), Rodrigo Garcia Lopes (ainda vamos encenar, juntos, Ramelete e Maquebete, para desopilar grilhões), e outras almas que ainda encontrarei.
O Londrix, este ano, homenageia Leminski, o poeta do Pilarzinho.
Como diria Ezra Pound, “não se pode ensinar literatura para alguém, mas se pode nitidamente ensinar alguém a distinguir entre uma e outra espécie de livros”.
Na minha palestra, vou tentar abordar o Paideuma leminskiano. Para desopilar grilhões. É melhor do que brincar de ludo-ludo real.
Toninho Vaz, autor de O Bandido que sabia latim
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Afinando a Lingua e Zeca Baleiro
Ontem dia 15 de Setembro assisti o Programa "Afinando a lingua" no Canal Futura, apresentado pelo musico Tony Belloto, gosto muito desse programa pela ligação que faz da Literatura com a Musica Popular Brasileira. O tema de ontem era - Crônicas. Belloto mostrou dois livros; o primeiro de crônicas do Brasil no periodo de 1750 a 1820 de e o poema de Ferreira Gullar intitulado " O Açúcar":
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca.
Mas este açúcar
não foi feito por mim.
este açúcar veio
da mercearia da esquina e
tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes,
onde não há hospital,
nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
em usinas escuras, homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã
em Ipanema.
zeca baleiro
vem meu amor
vamo invadir um site
vamos fazer um filho
vamos criar um vírus
traficar armas poemas de rimbaud
(traficar armas escravos e rancor)
a vida é boa a vida é boa a vida é bela
quem teme o tapa não
não põe a cara na tela
como diz meu tio estelionatário
ladrão que rouba ladrão
tem cem anos de perdão
malandro também tem seu dia de otário
vagabundo acha que eu tô rico
nego pensa que eu sou bacana
quando a barra aperta eu faço bico
eu aplico eu não fico sem grana
eu me viro daqui eu me arranjo de lá
quem só chora não mama
no meio do pega-pra-capá
malandro que é malandro não teme a morte
malandro que é malandro vai pro norte
enquanto os patos vão pro sul
terça-feira, 15 de setembro de 2009
5ª Mostra de Música de Penápolis
A Secretaria Municipal de Cultura e a Pastoral da Criança convidam os grupos musicais da cidade e região para participar da V Mostra Musical de Penápolis que acontecerá de 15 a 17 de outubro, no Teatro Lúmine.
Como nessa edição a Mostra Musical terá apenas a categoria Composição Original, os músicos interessados devem se apressar para compor suas músicas que participarão do concurso. As inscrições estarão abertas até o dia 30 de setembro e deverão ser feitas na Secretaria Municipal de Cultura, na Praça 9 de Julho, 150.
De acordo com o secretário municipal de Cultura, Joaquim Alberto Fernandes, o Beto, nos anos anteriores a Mostra de Música também contava com bandas covers, no entanto, em 2009, serão aceitas apenas composições originais. “Nosso objetivo é divulgar os trabalhos dos músicos penapolenses e da região, mostrando os talentos do interior”, comentou.
Modalidades
A V Mostra de Música será composta de duas modalidades de estilos musicais: Pop Rock e suas derivações (reggae, heavy, rap, etc) e MPB e suas derivações (samba, bossa-nova, musica regional, etc); apenas na categoria composição original.
A premiação será entregue da seguinte forma para as modalidades MPB e Pop Rock: 1º Lugar: R$300,00; 2º Lugar: R$200,00; 3º Lugar: R$100,00.
A classificação dos grupos e atribuição dos prêmios ficarão a cargo do júri, composto por membros escolhidos pela comissão organizadora. Os critérios de avaliação dos jurados levarão em conta a qualidade da parte literária e musical das composições originais, ritmo, afinação vocal, execução técnica, instrumental e interpretação.
Para mais informações sobre o regulamento os interessados deverão procurar a Secretaria de Cultura, ou pelo telefone 3652-8040 no horário das 8h às 11h e das 13h às 16h30, de segunda-feira a sexta-feira.
Secom – PMP
Lançamento: livro de poemas da Poetisa Eurídice Hespanhol na Bienal do Livro
Pergormance poética com o Poeta Jorge Ventura, o projeto "Muito além das saias" com Eurídice Hespanhol, Vânia Moraes e Tânia Maga, acompanhados de Frederico Teixeira e Frederico Pessoa.Tudo junto com o lançamento do livro Lírios no deserto de Euridice Hespanhol.
Convite
Sou pequeno e difuso poema,
Imensa rima
a ti entregar a aurora...
Imensidão
Te tenho amor,
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Um Poeta chamado Geraldinho Carneiro
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Poema " Estranho amor "
ESTRANHO AMOR
Você que já jogou xadrex
no Sétimo Selo
que já fez pacto com o diabo
que já arrebatou tanta gente
de formas possíveis e inimagináveis
consegue morrer de amor pela Vida
namorando ate mesmo no dicionário
distantes e separadas.
Este seu gostar tem uma razão
a vida é imortal e a cada dia se renova
com um respirar ofegante que excita você.
dando sempre chance para o seu viver.
É um mistério para os poetas,
pintores, escritores e coveiros
trabalham com essa massa gélida
que gosta de cultivar.
Você habita cemitérios tristes
mármores frios e túmulos solitários
mas flores te visitam todo dia
dando um colorido
na sua lógica inercial sem cor.
Você morte senhora das nossas inquietudes
surge sempre sorrateiramente
sem aviso prévio
mas leva apenas
um saldo das morte
que tivemos na vida.
Reinaldo Cozer
Rio, 21/07/2007
Esse poema participou do Mapa Cultural de São Paulo - no quesito Literatura ( Poema, Conto e Crônica ) representando a cidade de Penápolis - SP na seletiva municipal, e depois da seletiva regional que aconteceu em Araçatuba - SP em Agosto /2009.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
10º Festival de Teatro de Penápolis
Pela primeira vez na história dos Festivais de Teatro, a cidade de Penápolis terá a vinda de uma equipe do Sated/SP (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de São Paulo) que irá avaliar os artistas da cidade e região interessados em obter o atestado de capacitação profissional, o registro DRT.
Dentre a programação do 10º Festival de Teatro de Penápolis, de 05 a 19 de setembro, que inclui apresentação de diversos espetáculos (adulto e infantil) para o público em geral e oficinas formativas para profissionais da área, haverá ainda a oportunidade inédita dos artistas conseguirem o registro DRT junto ao Sated, que estará na cidade dias 12 e 13 de setembro. Mas para tanto, será preciso um número mínimo de 35 candidatos ao registro, para que a equipe do Sated se desloque de São Paulo a Penápolis para a avaliação.
Podem participar da iniciativa, artistas de Penápolis, Araçatuba, Birigui e demais cidades da região que queiram obter o registro profissional nas funções: Aderecista, Ator/Atriz, Cenógrafo, Diretor, Diretor de Produção, Figurinista, Iluminador, Secretário Teatral, Sonoplasta, Figurante, Diretor de Cena, Maquinista Auxiliar, Manequim, Técnico de Luz e Som, Acrobata, Domador, Mágico, Palhaço, etc.
Procedimento
Para participar do processo de avaliação e emissão do DRT, os artistas interessados deverão reunir cópia de documentos pessoais, comprovar experiência profissional, elaborar uma pasta com trabalhos desenvolvidos, curriculum digitado e pagar uma taxa de entrada no processo. Todos os documentos necessários e procedimentos encontram-se detalhados no site do Festival de Teatro www.festivalteatropenapolis.com.br ou ainda no site do Sated/SP www.satedsp.org.br.
Quem preferir, pode ainda procurar orientação para elaboração desses materiais com Luiz Colevatti, no Teatro Municipal de Penápolis (18 – 3652.5570) e Alexandre Melinsky, em Araçatuba. Ambos serão responsáveis pela pré-avaliação das pastas.
Palestra
Todos os artistas que derem entrada no processo para registro DRT também deverão participar de uma palestra dia 12, com o tema “Profissionalização”, que será ministrada pela presidente do Sated/SP, Lígia de Paula Souza. Somente após efetuados todos esses procedimentos, os candidatos passarão pela banca examinadora do Sated/SP, composta pela presidente Lígia Souza, advogados, assessores jurídicos e secretários do órgão.
O 10º Festival de Teatro de Penápolis é realizado pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Cultura em parceria com Sesc de Birigui e apoio da Secretaria de Estado da Cultura.
Secom – PMP
Concurso da Liter e Arte do Brasil
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Poema de Paulo Castilho - " Ser poeta "
Meu pensamento se eleva,
Para o ar ou para o espaço.
Não importa para onde,
Logo penso, logo faço.
Faço poemas pro mar,
Pros lugares onde vivi,
Faço poemas pras flores,
Faço poemas pra ti.
Pra esta coisa de poeta,
Não existe explicação,
Somente uma caneta,
E um pedaço de papel na mão.
Com a mente em devaneio,
E um pouco de solidão,
Escreve-se o primeiro verso,
O resto é inspiração.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
J. Bosco O Cartunista
O cartunista J. Bosco tem um traço marcante e crítico, com a facilidade do humor das charges sairem na doce velocidade de um soco de um pugilista peso pesado.
Fiz esses tres haikais em homenagem ao cartunista, logo que vi a sua foto no seu blog me veio a cabeça - um misto de Raul Seixas com Belchior.
J. Bosco termina
cartum prancheta Liberal
colorido crítico genial
Pena! ser simples tira gosto
cartum costumas exposto
metáfora colorida de Agosto.
COMPASSO DE ESPERA
Cartum na cabeça
caneta esperando traço
elogio pronto na garganta
Os cartuns de J. Bosco podem ser vistos no blog www.jboscocartuns.blogspot.com , vale a pena conferir.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
15 anos sem Drummond
POEMA DE SETE FACES
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
se não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabia que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu chamasse Raimundo
seria rima, não seria solução
Mundo mundo vasto mundo
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te falar
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
Carlos Drummond de Andrade
Fiz dois poemas inspirados no seu grande poema No meio do caminho.
DE VOLTA AO CAMINHO
No meio do caminho tinha pedra
no meio do caminho tinha cimento
no meio do caminho tinha poça d'água
no meio do caminho tinha parede
discreta, correta,concreta
no fim do caminho tinha The End.
RUA DIFERENTE
No meio da rua tinha um paralelepípedo
no meio da rua tinha um
no meio da rua
no meio da
no meio
no.
Reinaldo Cozer
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
MAPA CULTURAL PAULISTA
A Cidade de Penápolis está participando em várias categorias.
1 - ARTES VISUAIS - Artes Plásticas, Fotografia e Desenho de Humor:
Local : ARAÇATUBA
Museu Histórico e Pedagógico Marechal Cândido Rondon - Rua XV de Novembro nº 247 - Centro
Exposição de 15 a 28 de Agosto
Horário : 9h00 às 17h00
Representantes de Penápolis : Altamira Pereira Borges, Osvaldo Galindo e Sandro Meire Simão Arikawa
2 - Vídeo
Local : ILHA SOLTEIRA
Cine Paiaguás - localizado dentro do Museu e Centro de Convenções " Lara Lúcia Nonato "
Praça dos Paiguás nº 135 Módulo 3 - Centro
Data: 15 de Agosto
Horário : 20h00
Representante de Penápolis : Lucas Casella
3 - Música Instrumental
Local : PENÁPOLIS
Cine Teatro Lumine - Praça Doutor Carlos Sampaio Filho nº 170 - Centro
Data: 27 de Agosto
Horário : 20h00
Representante de Penápolis : Cleiton Cristian da Silva
4 - Teatro ( Adulto, Para Crianças e Teatro de Rua )
Local: GUARARAPES
Espaço Cultural - Praça Nossa Senhora da Conceição s/nº
Data : 21 e 22 Agosto
Horário : Teatro Adulto - 20h00 / Teatro Infantil - 14h00
Representante de Penápolis: Grupo Traia - Peça " Vácuo" - Adulto
5 - LITERATURA - Conto, Crônica e Poesia
Local : ARAÇATUBA
Museu Histórico e Pedagógico marechal Cândido Rondon - Rua XV de Novembro nº 247 - Centro.
Data: 15 de Agosto
Horário: 16hoo
Representantes de Penápolis: Rafael Monteiro de Freitas, Celso de Sena Oliveira e Reinaldo Cozer.
Ainda na cidade de Penápolis teremos uma outra atividade artística mas infelizmente sem participação de artista da cidade.
6 -DANÇA
Local : PENÁPOLIS
Cine Teatro Lumine - Praça Doutor Carlos Sampaio Filho nº 170 - Centro
Data : 20de Agosto
Horário : 20h00
As cidades participantes são: Andradina, Araçatuba, Buritama, Castilho e Ilha Solteira.
O blog movimentoculturalpenapolis deseja sorte a todos os representantes da cidade de Penápolis.
Quem desejar mais informações do Mapa Cultural Paulista pode acessar o site www.mapaculturalpaulista.com.br
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Noticias Blog do David Bor
Senador petista quer interrogar quem vai a Israel.
Veja o que um Senador do PT do Amazonas disse a respeito de Israel em discurso no Senado.O pronunciamento de Sua Excelência é recheado de mentiras, inverdades e bobagens, como dizer que "há mais de 60 anos Israel exerce violência" contra os árabes que se chamam de palestinos".Mas o melhor fica para o final onde pretende realizar audiências públicas para averiguar o comportamento das autoridades no Aeroporto de Guarulho para ver como se comportam diante de passageiros que saem do Brasil para Israel!Daqui a pouco o PT e seus sequazes vão impedir que saiamos do país...Vou transcrever a parte inicial do discurso e se vc quiser lê-lo na íntegra clique aqui.
O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT ¿ AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) ¿ Presidente Mão Santa, Srªs e Srs. Senadores, farei, nesta manhã de sexta-feira, um balanço da viagem que fiz agora, no período do recesso parlamentar, à Palestina, à Cisjordânia. É um relato do que vi, do que senti, do meu sentimento, e meu pronunciamento vai na construção, Presidente Mão Santa, de apoiarmos a criação do Estado da Palestina.É com a expressão salaamu alaykum, que em nossa língua quer dizer ¿a paz esteja contigo¿, que o povo palestino, mais do que saudar o próximo, manifesta sua mensagem de paz, seu desejo por liberdade e sua repulsa à violência. A violência, Senador Mão Santa, Senador Paim, Senador Mário Couto, desencadeada e levada a efeito há mais de 60 anos pelo governo israelense; a violência e a covardia expressa através do uso da força; da construção de muros descomunais e de assentamentos, com luxuosas casas, no território palestino. Merece registro também a ostensiva presença militar de Israel nos check points, onde todos são minuciosamente revistados e desautorizados, ou não, a adentrarem nas regiões ocupadas.
Postado por David às 18:27
Marcadores: Israel, PT
3 comentários:
beht volky disse...
6ª fª passada, dia 07/08/2009 fiquei abismada e estarrecida ao acompanhar o discurso deste suplente ,o tal do sem João Pedro do amazonas...Foi um discurso que faria Ahmadinejad corar de vergonha, tal a virulencia contra Istrael e o povo israelense feito por este canalha !!!! Por isto, imploro, a tds que tiverem um amigo, um conhecido judeu, mande este discurso.., não mexam em nada,em nenhuma palavra e deixem tb o link Do senado para que as pessoas que fiquem tão abismadas e pensem que é mentira possam conferir..Depois disto, o judeu que der um voto para um nazista deste,ou p/ o PT, deve entender que fará parte do "mundo ahmadinejad" que é nada mais , nada menos, que o mundo que quer "varrer" Israel do mapa . !!! Leiam !!"!Mas tomem um dramim e um lexotan antes , é nojento..é covarde e é canalha!!!!Ah esqueci.....Saquinho de vômito, por favor!!!!!!
11/08/09 19:19
risnik disse...
David,esse senador fez um discurso aviltante,a lá Chavez e Ahmadinejad.Tal discurso deve ser divulgado em todos os meios de comunicação judaicos(Alef,boletim da FIERJ e outros) para que esse insano petista seja denunciado e para que ,nunca mais,um judeu ou não judeu que simpatize com o Estado de Israel sequer pense em votar no PT.
11/08/09 19:57
Cachorro Louco disse...
David : Este sujeito deve ter esterco de camêlo no lugar do cérebro ,pois só falou bobagens desatinadas .É um antisemita declarado ,e como tal merece um processo judicial por racismo ,e se possível umas cincoenta chibatadas.Abraços
11/08/09 21:46
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Quatro vezes poesia
O jeito é não desobedecer essa emoção escondida e continuar a dar vazão essa bela vertente da literatura. As vezes digo " não seja prosa , seja apenas poesia " e coloco no blog um poema em homenagem a quatro grandes poetas de distintas gerações.
QUATRO VEZES POESIA
Ah!!! Grande Pessoa Poeta
você já foi vários
eu queria ser apenas um
sem nome e sobrenome
um nick moderno e triste.
Escuta-me Charles
também chamado Baudelaire
perdi todos os poemas
ah!!! Essa maldita nécessaire.
Nem todo poema é maldito
nem todo poeta é Rimbaud
por isso eu acredito
ainda espera Godo.
Vou pedir exumação
da poesia de Augusto
clandestino sem caixão
Seu Eu sem busto.
Reinaldo Cozer
Rio,09/05/2007
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Armando Freitas Filho - Um raro Poeta
Conheci o poeta no Rio de Janeiro durante uma palestra e levei o livro para pedir um autografo, preciso ate avaliar o seguinte: será que gosto mais do autografo dos poetas do que o conteúdo do livro? Conheci a poesia do Armando num cafe numa Livraria em Ipanema, num livro de Antologia Poética , lá estava ele junto com os poetas mais conhecidos do publico. E bastou uma única poesia do Armando para logo ficar apaixonado pelo seu estilo. Bem, melhor é mostrar alguns poemas do Livro Raro Mar e constatar se estou louco ou não.
PERFIL
Machado não tem o corte
do machado, nem o gume, o gesto
brutal do braço que o empunha, mas
a firmeza da mão que escreve o livro
(tirado da árvore abatida pela golpe)
com pena afiada,atroz, e tinta medida
onde a gente se lê. lendo-o
e se corta, desprevenido, de surpresa
no fio da folha do papel fino.
IMPRESSÃO
CDA marcava à unha
no papel -bíblia, as linhas
os versos que interessavam
não usava grafite ou tinta
que atravessavam a pele de hóstia
da pagina que pedia aos dedos
o toque sem gordura do vento leve.
Mas marcava à unha, como sua poesia
que nos atravessa.
Fiz um poema em homenagem ao poeta em abril de 2007.
LUZ DA MANHÃ
para Armando Freitas Filho
O dia teimosamente amanhece
cães saem para passear
é a hora deles.
Crianças saem para estudar
é a hora delas.
Adultos saem para trabalhar
é a hora deles.
Um jovem casal
no ponto de ônibus
trocam caricias
é a hora deles.
Você sai para trabalhar
cabelos úmidos e perfume envolvente
que confunde os raios do sol.
As folhas molhadas
pelo orvalho da madrugada
esperam essa hora
para ardentemente serem secadas
que nenhuma Artex
jamais ousou fabricar.
A vida começa
a ganhar contornos
com luz e sombras
que os pintores
estão sempre a espreitar.
Olhando os ponteiros do relógio
espero minha hora chegar.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Arnaldo Antunes - A origem da POESIA
A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem. Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a origem do discurso não-poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as coisas por eles designadas, a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios ou telefonemas.
Como se ela restituísse, através de um uso específico da língua, a integridade entre nome e coisa — que o tempo e as culturas do homem civilizado trataram de separar no decorrer da história.
A manifestação do que chamamos de poesia hoje nos sugere mínimos flashbacks de uma possível infância da linguagem, antes que a representação rompesse seu cordão umbilical, gerando essas duas metades — significante e significado.
Houve esse tempo? Quando não havia poesia porque a poesia estava em tudo o que se dizia? Quando o nome da coisa era algo que fazia parte dela, assim como sua cor, seu tamanho, seu peso? Quando os laços entre os sentidos ainda não se haviam desfeito, então música, poesia, pensamento, dança, imagem, cheiro, sabor, consistência se conjugavam em experiências integrais, associadas a utilidades práticas, mágicas, curativas, religiosas, sexuais, guerreiras?
Pode ser que essas suposições tenham algo de utópico, projetado sobre um passado pré-babélico, tribal, primitivo. Ao mesmo tempo, cada novo poema do futuro que o presente alcança cria, com sua ocorrência, um pouco desse passado.
Lembro-me de ter lido, certa vez, um comentário de Décio Pignatari, em que ele chamava a atenção para o fato de, tanto em chinês como em tupi, não existir o verbo ser, enquanto verbo de ligação. Assim, o ser das coisas ditas se manifestaria nelas próprias (substantivos), não numa partícula verbal externa a elas, o que faria delas línguas poéticas por natureza, mais propensas à composição analógica.
Mais perto do senso comum, podemos atentar para como colocam os índios americanos falando, na maioria dos filmes de cowboy — Eles dizem "maçã vermelha", "água boa", "cavalo veloz"; em vez de "a maçã é vermelha", "essa água é boa", "aquele cavalo é veloz". Essa forma mais sintética, telegráfica, aproxima os nomes da própria existência — como se a fala não estivesse se referindo àquelas coisas, e sim apresentando-as (ao mesmo tempo em que se apresenta).
No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermediam nossa relação com as coisas, impedindo nosso contato direto com elas. A linguagem poética inverte essa relação pois vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo.
Segundo Mikhail Bakhtin, (em "Marxismo e Filosofia da Linguagem") "o estudo das línguas dos povos primitivos e a paleontologia contemporânea das significações levam-nos a uma conclusão acerca da chamada 'complexidade' do pensamento primitivo. O homem pré-histórico usava uma mesma e única palavra para designar manifestações muito diversas, que, do nosso ponto de vista, não apresentam nenhum elo entre si. Além disso, uma mesma e única palavra podia designar conceitos diametralmente opostos: o alto e o baixo, a terra e o céu, o bem e o mal, etc". Tais usos são inteiramente estranhos à linguagem referencial, mas bastante comuns à poesia, que elabora seus paradoxos, duplos sentidos, analogias e ambiguidades para gerar novas significações nos signos de sempre.
Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se desapegaram das coisas, assim como os olhos se desapegaram dos ouvidos, ou como a criação se desapegou da vida. Mas temos esses pequenos oásis — os poemas — contaminando o deserto da referencialidade.
Esse texto foi retirado da Revista Oca das Letras 1ª Edição de Abril 2009 - www.ocadasletras.com.br