quarta-feira, 23 de junho de 2010

                                                                       
                                                                       




  Blog
  Reinaldo Azevedo

AGORA ELES QUEREM CENSURAR ESTE BLOG!!!

quarta-feira, 23 de junho de 2010
5:23

ESTE POST FOI PUBLICADO ÀS 17h32 DE ONTEM. DECIDI DEIXÁ-LO AQUI NO TOPO POR MAIS ALGUM TEMPO. AS ATUALIZAÇÕES DA MADRUGADA SEGUEM ABAIXO DELE.

A rede petralha está mais ativa do que nunca! Trabalhando a todo vapor! Inclusive aqueles financiados pela Lula News e pelas estatais. A questão da hora é um certo blog de apoio à candidatura de Dilma Rousseff. O Ministério Público Eleitoral o acusa de fazer campanha irregular. Parece que a página tentava arrecadar recursos pela Internet ou algo assim. Não li direito porque fiquei com preguiça e porque tenho mais o que fazer.

Escrevi, que eu me lembre, um único post a respeito. E disse, então, que achava a ação uma bobagem, uma irrelevância. Não faz sentido esse tipo de monitoramento — a questão envolvendo grana, eventualmente, pode esbarrar numa forma ilegal de arrecadação. Mas também não examinei o caso a fundo. Não sei quem é essa gente nem quero saber. Grave, já disse, é haver páginas financiadas por estatais ou blogueiros que recebem dinheiro público para fazer campanha. É disso que deveria se ocupar o Ministério Público Eleitoral.

Mas o que vai acima não é o objeto deste post. Mandam-me comentários publicados pelos petralhas num texto da Folha Online. Esses “comentaristas” revelam a sua real natureza. Eu, quando escrevi a respeito, não pedi censura a ninguém. Eles, abertamente, cobram que o Ministério Público Eleitoral tente me impedir de escrever. Acusação: este seria um blog pró-Serra como aquele outro seria pró-Dilma.

Ai, ai… Este blog completa quatro anos depois de amanhã. O arquivo está aí. Ao longo desses anos, escrevi textos sobre os mais variados assuntos:

- política;
- economia:
- Oriente Médio
 - eleiçõesamericanas;
- terrorismo;
- religião;
- aquecimento global;
- células-tronco embrionárias;
- Saramago;- humor (não confundir com Saramago!);
- Gramsci;
- Tocqueville;
- aborto;
- Maquiavel;
- Waldick Soriano (não confundir com Emir Sader);
- imprensa;
- sexo;
- Fernando Pessoa;
- Carlos Drummond de Andrade;
- minhas filhas;
- Graciliano Ramos;
- educação (não confundir com Fernando Haddad);
- Lula (não confundir com propaganda);
- propaganda;
- culinária;
- Dois Córregos;
- Corinthians;
- Seleção Brasileira (não confundir com Dunga);
- Pipoca (a cadelinha);
- Igreja Católica….

Sim, esta página já publicou textos até sobre José Serra!!!

Nesse período, este blog usou a lógica para furar o paredão das mentiras convenientes — alguns furos de alcance, tenho de dizer, mundial: provou que golpista, em Honduras, era Manuel Zelaya e que sua deposição era constitucional, o que hoje é de domínio público; conseguiu corrigir um erro de tradução de uma encíclica papal (!!!) que punha na pena do papa o que ele não havia escrito; evidenciou um falso caso de “racismo” contra uma brasileira na Suíça; deu em primeira mão as ligações da tal organização humanitária turca (aquela da flotilha) com os terroristas do Hamas; foi o primeiro a chamar a atenção para os descalabros do tal Programa Nacional-Socialista dos Direitos Humanos…

Blogueiros rancorosos, no auge de sua decadência — alguns financiados; outros com o traseiro ainda na fila, à espera de financiamento —, não se conformam. Com o quê? Em primeiro lugar, com o sucesso desta página. Sabem quantos leitores eles têm de verdade e podem ao menos supor quantos tenho. Também ficam injuriados ao constatar que não, esta não é uma página de Serra, embora ninguém tenha o direito de duvidar do que considero o melhor para o Brasil — mesmo eu já tendo explicitado aqui divergências que não são pequenas com o presidenciável tucano.

Huuummm… Não sou um social-democrata ou algo assim. Sou bem mais conservador do que isso, certo? Há tucanos que me detestam de modo dedicado. A minha escolha eleitoral, que é PARCELA MÍNIMA das coisas de que trato aqui, será determinada por aquilo que chamo “Questão Democrática”. Meu voto vai responder a seguinte indagação: “Quem mais contribui para assegurar as conquistas democráticas?”

Estou certamente entre os mais lidos da Internet na área em que atuo — e eles sabem disso —, mas não me considero um “blogueiro popular”. Seria ridículo imaginar que as coisas que escrevo servem à campanha eleitoral porque nem sou exatamente compreensível “para as massas”. Então por que o blog incomoda tanto? Porque estou entre aqueles que rompem a sonhada unanimidade dos totalitários.

A canalha não se assanhe. O Ministério Público Eleitoral certamente lê tudo o que escrevo — porque todo mundo lê. Para tirar esta página do ar, será preciso atentar contra a Constituição. Pode até ser que esses vigaristas, um dia, venham a ter bala na agulha para isso. Por enquanto, não têm. E eu continuarei a denunciar as suas tentações.

E um conselho final aos vagabundos: em vez do esforço para tirar meu blog do ar, tentem fazer um melhor do que o meu. Pô, parem com essa mesquinharia que noto aqui e ali contra a VEJA ou a Globo, para citar dois casos… Não é dinheiro que os impede de fazer a” sua” VEJA, a “sua” Globo ou o “seu” blog do Tio Rei.

O que lhes falta é, antes de tudo, talento!
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Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 1 de junho de 2010

                

                                 
 PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DO POSFÁCIO


Li o livro Trapo em apenas dois dias, peguei emprestado da biblioteca municipal, um livro raro de 1988 apenas segunda edição. Nunca li nada do escritor Cristóvão Tezza. O projeto Viagem Literária é sempre empolgante trazendo escritores a cidade de Penápolis para um bate papo, e, por conseguinte é um belo estopim para um público pequeno, mas fiel a literatura, permitindo a possibilidade de conhecer novos e às vezes não tão novos escritores.

Trapo caiu como uma luva, ou melhor, veio como uma deliciosa refeição de encontro a minha voraz apetite literária. O livro tem uma narrativa bem pulsante e que vai levando o leitor para caminhos surpreendentes com histórias paralelas, trazendo personagens e situações do cotidiano que me remeteram a Nelson Rodrigues (A vida como ela é). Esse romance poderia ter acontecido no Rio de Janeiro ou em qualquer grande capital ou cidade, mas Tezza descortina uma Curitiba bem londrina com nevoa fria e triste apagando um pouco o colorido da cidade.

Esse romance praticamente esta pronto para uma metamorfose, virar um roteiro de cinema, com uma variação que tem um inicio bem tranqüilo e aos poucos vai numa crescente e com um término mais “ ameno”, vamos dizer existencial que lembra os finais dos filmes de Feline e Antonioni, mas a história em si é bem Feliniana e principalmente os seus personagens onde se destacam os dois protagonistas – o Professor Manuel e Paulo Trapo.

O posfácio de Paulo Lemiski, logo que vi na capa do livro deu a impressão de que esses textos de prefácio ou orelha servem normalmente para catapultar principalmente os novos escritores. Fiquei animado de ver um poeta que admiro muito, a ponto de ter escrito poemas em homenagem, mas para minha surpresa o texto de Leminski parece não evidenciar todo o potencial do novo escritor. Comparações com Bulowski, John Fante, Trevisan ou Balzac me parece querer enfraquecer o Romance, assim como o comparando de “Literatura Pop” , uma literatura da moda ou talvez uma escrita menor, acanhada.

Trapo para o meu singelo conhecimento literário é metal-literatura não apenas metal iterara, onde Tezza começa a garimpar ouro de uma literatura urbana, contraditória, moderna e audaciosa.

È claro que há palavras elogiosas para o romance de Tezza no posfácio, mas são muito acanhadas e desconfiadas.

Cristóvão Tezza deve ter escrito esse romance a noite na cozinha da sua casa, iluminado por uma solitária lanterna de Alberto Caero, onde concomitantemente fabricava biscoitos finos para serem degustados pelos leitores em geral.

Bom apetite!

Reinaldo Cozer