segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Poema de Paulo Castilho - " Ser poeta "


Ser poeta

Meu pensamento se eleva,
Para o ar ou para o espaço.
Não importa para onde,
Logo penso, logo faço.

Faço poemas pro mar,
Pros lugares onde vivi,
Faço poemas pras flores,
Faço poemas pra ti.

Pra esta coisa de poeta,
Não existe explicação,
Somente uma caneta,
E um pedaço de papel na mão.

Com a mente em devaneio,
E um pouco de solidão,
Escreve-se o primeiro verso,
O resto é inspiração.


O Poeta Paulo Castilho é sócio acadêmico da Academia Araçatubense de Letras representando a cidade de Birigui. Já esteve na cidade de Penápolis em algumas ocasiões participando de eventos literários e deixou na Biblioteca Municipal o seu livro " Poesias Sertanejas" .
Email para contato: pbcastilho@bol.com.br

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

J. Bosco O Cartunista

Tem dias que acordamos com as ideias rondando nossa cabeça, pensando em poemas principalmente em poemas a serem feitos na tênue luz da manhã. . O espírito do mestre dos Haikais Bashô, tem me acordado algumas vezes, e hoje foi mais um dia de alvorada haikainiana ( será que esse termo existe?).
O cartunista J. Bosco tem um traço marcante e crítico, com a facilidade do humor das charges sairem na doce velocidade de um soco de um pugilista peso pesado.
Fiz esses tres haikais em homenagem ao cartunista, logo que vi a sua foto no seu blog me veio a cabeça - um misto de Raul Seixas com Belchior.





J. Bosco termina
cartum prancheta Liberal
colorido crítico genial


Pena! ser simples tira gosto
cartum costumas exposto
metáfora colorida de Agosto.


COMPASSO DE ESPERA

Cartum na cabeça
caneta esperando traço
elogio pronto na garganta

Os cartuns de J. Bosco podem ser vistos no blog www.jboscocartuns.blogspot.com , vale a pena conferir.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

15 anos sem Drummond

Dia 17 de Agosto de 1994, nos deixava o grande poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, mas com toda certeza continuaria a fazer poemas, contos , crônicas e ensaios em outros lugares imperceptíveis para nós mortais.Como é prazeroso falar desse poeta de Itabira, e no ensejo gostaria de corrigir Noel Rosa, no seu samba que dizia...São Paulo da café , Minas da leite e a Vila Isabel da samba, desculpe Noel mas Minas produz também poesia da mais pura linhagem desde 1930 data do primeiro livro de Drummond - Algumas Poesias. Hoje dia 17 de Agosto de 2009 o Grupo Simplesmente Poesia ( Rio de Janeiro), que frequentava as segundas à noite deve estar homenageando o Poeta Mineiro. Não é favor mas uma obrigação, não só do Simplesmente Poesia mas de todos os grupos no Brasil tem um dever de lembrar e relembrar os poemas que o mestre escreveu. Eu tento traduzir o poeta da seguinte forma: uma poesia "simples" de uma complexidade avassaladora sem preocupação com rimas. Gosto muito do poema de Sete faces do livro Alguma poesia.

POEMA DE SETE FACES

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
se não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabia que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu chamasse Raimundo
seria rima, não seria solução
Mundo mundo vasto mundo
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te falar
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

Carlos Drummond de Andrade

Fiz dois poemas inspirados no seu grande poema No meio do caminho.

DE VOLTA AO CAMINHO

No meio do caminho tinha pedra
no meio do caminho tinha cimento
no meio do caminho tinha poça d'água
no meio do caminho tinha parede
discreta, correta,concreta
no fim do caminho tinha The End.

RUA DIFERENTE

No meio da rua tinha um paralelepípedo
no meio da rua tinha um
no meio da rua
no meio da
no meio
no.

Reinaldo Cozer




quinta-feira, 13 de agosto de 2009

MAPA CULTURAL PAULISTA

O Mapa Cultural Paulista é um evento realizado pela Secretaria de Estado de Cultura e seu objetivo principal é divulgar a produção artística no interior de São Paulo para dar uma visibilidade e estimular o intercâmbio dos produtos e artistas das várias regiões administrativas do estado.
A Cidade de Penápolis está participando em várias categorias.

1 - ARTES VISUAIS - Artes Plásticas, Fotografia e Desenho de Humor:
Local : ARAÇATUBA
Museu Histórico e Pedagógico Marechal Cândido Rondon - Rua XV de Novembro nº 247 - Centro
Exposição de 15 a 28 de Agosto
Horário : 9h00 às 17h00
Representantes de Penápolis : Altamira Pereira Borges, Osvaldo Galindo e Sandro Meire Simão Arikawa

2 - Vídeo
Local : ILHA SOLTEIRA
Cine Paiaguás - localizado dentro do Museu e Centro de Convenções " Lara Lúcia Nonato "
Praça dos Paiguás nº 135 Módulo 3 - Centro
Data: 15 de Agosto
Horário : 20h00
Representante de Penápolis : Lucas Casella

3 - Música Instrumental
Local : PENÁPOLIS
Cine Teatro Lumine - Praça Doutor Carlos Sampaio Filho nº 170 - Centro
Data: 27 de Agosto
Horário : 20h00
Representante de Penápolis : Cleiton Cristian da Silva

4 - Teatro ( Adulto, Para Crianças e Teatro de Rua )
Local: GUARARAPES
Espaço Cultural - Praça Nossa Senhora da Conceição s/nº
Data : 21 e 22 Agosto
Horário : Teatro Adulto - 20h00 / Teatro Infantil - 14h00
Representante de Penápolis: Grupo Traia - Peça " Vácuo" - Adulto

5 - LITERATURA - Conto, Crônica e Poesia
Local : ARAÇATUBA
Museu Histórico e Pedagógico marechal Cândido Rondon - Rua XV de Novembro nº 247 - Centro.
Data: 15 de Agosto
Horário: 16hoo
Representantes de Penápolis: Rafael Monteiro de Freitas, Celso de Sena Oliveira e Reinaldo Cozer.


Ainda na cidade de Penápolis teremos uma outra atividade artística mas infelizmente sem participação de artista da cidade.

6 -DANÇA
Local : PENÁPOLIS
Cine Teatro Lumine - Praça Doutor Carlos Sampaio Filho nº 170 - Centro
Data : 20de Agosto
Horário : 20h00
As cidades participantes são: Andradina, Araçatuba, Buritama, Castilho e Ilha Solteira.

O blog movimentoculturalpenapolis deseja sorte a todos os representantes da cidade de Penápolis.

Quem desejar mais informações do Mapa Cultural Paulista pode acessar o site www.mapaculturalpaulista.com.br

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Noticias Blog do David Bor

Terça-feira, 11 de Agosto de 2009

Senador petista quer interrogar quem vai a Israel.
Veja o que um Senador do PT do Amazonas disse a respeito de Israel em discurso no Senado.O pronunciamento de Sua Excelência é recheado de mentiras, inverdades e bobagens, como dizer que "há mais de 60 anos Israel exerce violência" contra os árabes que se chamam de palestinos".Mas o melhor fica para o final onde pretende realizar audiências públicas para averiguar o comportamento das autoridades no Aeroporto de Guarulho para ver como se comportam diante de passageiros que saem do Brasil para Israel!Daqui a pouco o PT e seus sequazes vão impedir que saiamos do país...Vou transcrever a parte inicial do discurso e se vc quiser lê-lo na íntegra clique aqui.
O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT ¿ AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) ¿ Presidente Mão Santa, Srªs e Srs. Senadores, farei, nesta manhã de sexta-feira, um balanço da viagem que fiz agora, no período do recesso parlamentar, à Palestina, à Cisjordânia. É um relato do que vi, do que senti, do meu sentimento, e meu pronunciamento vai na construção, Presidente Mão Santa, de apoiarmos a criação do Estado da Palestina.É com a expressão salaamu alaykum, que em nossa língua quer dizer ¿a paz esteja contigo¿, que o povo palestino, mais do que saudar o próximo, manifesta sua mensagem de paz, seu desejo por liberdade e sua repulsa à violência. A violência, Senador Mão Santa, Senador Paim, Senador Mário Couto, desencadeada e levada a efeito há mais de 60 anos pelo governo israelense; a violência e a covardia expressa através do uso da força; da construção de muros descomunais e de assentamentos, com luxuosas casas, no território palestino. Merece registro também a ostensiva presença militar de Israel nos check points, onde todos são minuciosamente revistados e desautorizados, ou não, a adentrarem nas regiões ocupadas.
Postado por David às 18:27
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3 comentários:
beht volky disse...
6ª fª passada, dia 07/08/2009 fiquei abismada e estarrecida ao acompanhar o discurso deste suplente ,o tal do sem João Pedro do amazonas...Foi um discurso que faria Ahmadinejad corar de vergonha, tal a virulencia contra Istrael e o povo israelense feito por este canalha !!!! Por isto, imploro, a tds que tiverem um amigo, um conhecido judeu, mande este discurso.., não mexam em nada,em nenhuma palavra e deixem tb o link Do senado para que as pessoas que fiquem tão abismadas e pensem que é mentira possam conferir..Depois disto, o judeu que der um voto para um nazista deste,ou p/ o PT, deve entender que fará parte do "mundo ahmadinejad" que é nada mais , nada menos, que o mundo que quer "varrer" Israel do mapa . !!! Leiam !!"!Mas tomem um dramim e um lexotan antes , é nojento..é covarde e é canalha!!!!Ah esqueci.....Saquinho de vômito, por favor!!!!!!
11/08/09 19:19
risnik disse...
David,esse senador fez um discurso aviltante,a lá Chavez e Ahmadinejad.Tal discurso deve ser divulgado em todos os meios de comunicação judaicos(Alef,boletim da FIERJ e outros) para que esse insano petista seja denunciado e para que ,nunca mais,um judeu ou não judeu que simpatize com o Estado de Israel sequer pense em votar no PT.
11/08/09 19:57
Cachorro Louco disse...
David : Este sujeito deve ter esterco de camêlo no lugar do cérebro ,pois só falou bobagens desatinadas .É um antisemita declarado ,e como tal merece um processo judicial por racismo ,e se possível umas cincoenta chibatadas.Abraços
11/08/09 21:46

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Quatro vezes poesia

Essa semana a poesia esta rondando minha alma, assim como minha sombra no sol da tarde me acompanha nas ruas da cidade.
O jeito é não desobedecer essa emoção escondida e continuar a dar vazão essa bela vertente da literatura. As vezes digo " não seja prosa , seja apenas poesia " e coloco no blog um poema em homenagem a quatro grandes poetas de distintas gerações.























QUATRO VEZES POESIA

Ah!!! Grande Pessoa Poeta
você já foi vários
eu queria ser apenas um
sem nome e sobrenome
um nick moderno e triste.

Escuta-me Charles
também chamado Baudelaire
perdi todos os poemas
ah!!! Essa maldita nécessaire.

Nem todo poema é maldito
nem todo poeta é Rimbaud
por isso eu acredito
ainda espera Godo.

Vou pedir exumação
da poesia de Augusto
clandestino sem caixão
Seu Eu sem busto.


Reinaldo Cozer
Rio,09/05/2007

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Armando Freitas Filho - Um raro Poeta



Hoje acordei com a disposição de homenagear um poeta, abri o meu armario onde estão meus livros e por acaso ( Se é que êle existe ) peguei o livro Raro Mar do poeta Armando Freitas Filho.
Conheci o poeta no Rio de Janeiro durante uma palestra e levei o livro para pedir um autografo, preciso ate avaliar o seguinte: será que gosto mais do autografo dos poetas do que o conteúdo do livro? Conheci a poesia do Armando num cafe numa Livraria em Ipanema, num livro de Antologia Poética , lá estava ele junto com os poetas mais conhecidos do publico. E bastou uma única poesia do Armando para logo ficar apaixonado pelo seu estilo. Bem, melhor é mostrar alguns poemas do Livro Raro Mar e constatar se estou louco ou não.


PERFIL

Machado não tem o corte
do machado, nem o gume, o gesto
brutal do braço que o empunha, mas
a firmeza da mão que escreve o livro
(tirado da árvore abatida pela golpe)
com pena afiada,atroz, e tinta medida
onde a gente se lê. lendo-o
e se corta, desprevenido, de surpresa
no fio da folha do papel fino.


IMPRESSÃO

CDA marcava à unha
no papel -bíblia, as linhas
os versos que interessavam
não usava grafite ou tinta
que atravessavam a pele de hóstia
da pagina que pedia aos dedos
o toque sem gordura do vento leve.
Mas marcava à unha, como sua poesia
que nos atravessa.

Fiz um poema em homenagem ao poeta em abril de 2007.

LUZ DA MANHÃ
para Armando Freitas Filho

O dia teimosamente amanhece
cães saem para passear
é a hora deles.
Crianças saem para estudar
é a hora delas.
Adultos saem para trabalhar
é a hora deles.
Um jovem casal
no ponto de ônibus
trocam caricias
é a hora deles.

Você sai para trabalhar
cabelos úmidos e perfume envolvente
que confunde os raios do sol.

As folhas molhadas
pelo orvalho da madrugada
esperam essa hora
para ardentemente serem secadas
que nenhuma Artex
jamais ousou fabricar.

A vida começa
a ganhar contornos
com luz e sombras
que os pintores
estão sempre a espreitar.

Olhando os ponteiros do relógio
espero minha hora chegar.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Arnaldo Antunes - A origem da POESIA

Sobre a origem da poesia, crônica de Arnaldo Antunes


A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem. Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a origem do discurso não-poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as coisas por eles designadas, a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios ou telefonemas.
Como se ela restituísse, através de um uso específico da língua, a integridade entre nome e coisa — que o tempo e as culturas do homem civilizado trataram de separar no decorrer da história.
A manifestação do que chamamos de poesia hoje nos sugere mínimos flashbacks de uma possível infância da linguagem, antes que a representação rompesse seu cordão umbilical, gerando essas duas metades — significante e significado.
Houve esse tempo? Quando não havia poesia porque a poesia estava em tudo o que se dizia? Quando o nome da coisa era algo que fazia parte dela, assim como sua cor, seu tamanho, seu peso? Quando os laços entre os sentidos ainda não se haviam desfeito, então música, poesia, pensamento, dança, imagem, cheiro, sabor, consistência se conjugavam em experiências integrais, associadas a utilidades práticas, mágicas, curativas, religiosas, sexuais, guerreiras?
Pode ser que essas suposições tenham algo de utópico, projetado sobre um passado pré-babélico, tribal, primitivo. Ao mesmo tempo, cada novo poema do futuro que o presente alcança cria, com sua ocorrência, um pouco desse passado.
Lembro-me de ter lido, certa vez, um comentário de Décio Pignatari, em que ele chamava a atenção para o fato de, tanto em chinês como em tupi, não existir o verbo ser, enquanto verbo de ligação. Assim, o ser das coisas ditas se manifestaria nelas próprias (substantivos), não numa partícula verbal externa a elas, o que faria delas línguas poéticas por natureza, mais propensas à composição analógica.
Mais perto do senso comum, podemos atentar para como colocam os índios americanos falando, na maioria dos filmes de cowboy — Eles dizem "maçã vermelha", "água boa", "cavalo veloz"; em vez de "a maçã é vermelha", "essa água é boa", "aquele cavalo é veloz". Essa forma mais sintética, telegráfica, aproxima os nomes da própria existência — como se a fala não estivesse se referindo àquelas coisas, e sim apresentando-as (ao mesmo tempo em que se apresenta).
No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermediam nossa relação com as coisas, impedindo nosso contato direto com elas. A linguagem poética inverte essa relação pois vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo.
Segundo Mikhail Bakhtin, (em "Marxismo e Filosofia da Linguagem") "o estudo das línguas dos povos primitivos e a paleontologia contemporânea das significações levam-nos a uma conclusão acerca da chamada 'complexidade' do pensamento primitivo. O homem pré-histórico usava uma mesma e única palavra para designar manifestações muito diversas, que, do nosso ponto de vista, não apresentam nenhum elo entre si. Além disso, uma mesma e única palavra podia designar conceitos diametralmente opostos: o alto e o baixo, a terra e o céu, o bem e o mal, etc". Tais usos são inteiramente estranhos à linguagem referencial, mas bastante comuns à poesia, que elabora seus paradoxos, duplos sentidos, analogias e ambiguidades para gerar novas significações nos signos de sempre.
Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se desapegaram das coisas, assim como os olhos se desapegaram dos ouvidos, ou como a criação se desapegou da vida. Mas temos esses pequenos oásis — os poemas — contaminando o deserto da referencialidade.

Esse texto foi retirado da Revista Oca das Letras 1ª Edição de Abril 2009 - www.ocadasletras.com.br